Olha aí o feriadão mais otaku deste blog! (Acho que é único também...)
Chegou o #CarnaKimono2023, o Carnaval do Kimono Amarelo!
Do dia 17/02 (sexta-feira) até 22/02 (quarta-feira), você confere uma programação totalmente especial para quem não curte bloquinho de rua, passa longe de desfile de escola de samba e só tolera confete e serpentina aqui!
Confira a abertura oficial do CarnaKimono e venha fazer a festa conosco! #SeloLaFolia
Como funcionam os posts de Carnaval:
-Assistirei e comentarei os TRÊS primeiros EPISÓDIOS do anime escolhido;
-No caso, eu trabalhei na equipe de localização deste anime, que não passou para a programação normal do blog;
-O foco aqui será a dublagem brasileira;
Do dia 17/02 (sexta-feira) até 22/02 (quarta-feira), você confere uma programação totalmente especial para quem não curte bloquinho de rua, passa longe de desfile de escola de samba e só tolera confete e serpentina aqui!
Confira a abertura oficial do CarnaKimono e venha fazer a festa conosco! #SeloLaFolia
Como funcionam os posts de Carnaval:
-Assistirei e comentarei os TRÊS primeiros EPISÓDIOS do anime escolhido;
-No caso, eu trabalhei na equipe de localização deste anime, que não passou para a programação normal do blog;
-O foco aqui será a dublagem brasileira;
-As informações sobre o elenco serão tiradas do site Dublapédia.
Sem choro, reclamação ou chiliques. Este é o esquema de Carnaval aqui.
Sem choro, reclamação ou chiliques. Este é o esquema de Carnaval aqui.
Ficha técnica
Título: Love of Kill/Koroshi Ai
Diretor do anime: Hideaki Ooba
Título: Love of Kill/Koroshi Ai
Diretor do anime: Hideaki Ooba
Diretor da dublagem no Brasil: William Viana (Dublapédia)
Estúdio do anime: Platinum Vision
Estúdio de dublagem no Brasil: Som de Vera Cruz (Dublapédia)
Temporada: Janeiro/Inverno 2022Total de episódios: 12
Onde assistir?: Crunchyroll
Love of Kill
1º episódio
Exatamente a minha reação ao perceber que não conseguiria fazer esse post dentro de dois dias e aceitando meu completo desespero no processo. |
Opinião: Sim, o Carnaval do ano passado me estimulou a continuar com essas análises de dublagem brasileira. (vide Vanitão BR e Kimetsu BR)
Caso você não saiba, leitor, eu sou otária otaku de dublagem brasileira e japonesa (vide "Seiyuu Sekai").
Por conta do trabalho, acabo consumindo mais conteúdo legendado, então minha biblioteca auditiva é defasada para as novas vozes brasileiras. Ainda assim, sou uma grande entusiasta do crescimento desse mercado para novos profissionais.
Além disso, acredito que a dublagem traz acessibilidade e democratiza os conteúdos estrangeiros, seja para pessoas com deficiência (PCD), analfabetos ou analfabetos funcionais, crianças que ainda não foram alfabetizadas ou estão em processo e idosos ou pessoas com alguma dificuldade para ler as legendas.
A dublagem permite que mais gente possa conhecer uma série, um filme ou qualquer outro tipo de mídia que não é do seu país de origem.
Quem quiser escutar o áudio original, com ou sem legendas, fique à vontade. Não se trata de uma disputa.
O importante é que mais pessoas tenham acesso àquele material, afinal, a cultura é um direito de todos e deve estar disponível em todos os meios possíveis.
Dito isso, mais alguns avisos antes de começarmos esse rolê:
- Apesar da prioridade ser comentar a dublagem e todos os assuntos relacionados a ela, eu não sou aquele tipo de blogueira de site grande e que precisa fazer as coisas de forma toda engomadinha. Você vai ler surtos no meio do texto, xingamentos ao Ryang-ha (o personagem, os dubladores não têm nada a ver com isso), reclamações sobre a história, comentários soltos sobre a dublagem, mais um bando de loucura e outras tantas considerações sobre a dublagem;
- Para quem quiser saber mais sobre a trama, Love of Kill não entrou na programação do blog, mas tem comentários sobre seu episódio de estreia nas primeiras impressões da temporada;
- Não faço comparações entre vozes de dubladores japoneses e brasileiros, porque isso é cafona, tosco e só gente que não passou do 3º ano do maternal ainda faz. O que você poderá ler neste texto é comparação de ESCOLHAS DE INTERPRETAÇÃO e compreensão sobre personagem (vai fazer sentido mais para frente).
CHEGA! EU QUERO OUVIR A DOCE VOZ DE PETERSON ADRIANO ME FAZENDO CHORAR, PORQUE EU SOU EMOCIONADA DEMAIS!
A pessoa dá play na desgraça desse episódio para já se deparar com A MORTE QUE É A VOZ DE PETERSON ADRIANO! OBRIGADA, MOÇO, POR TER ENTRADO NA DUBLAGEM! EU SOU OTAKU DE DUBLAGEM PRA ISSO! PRA TER FANSERVICE AUDITIVO!
Controle, né? QUEM É QUE PRECISA DE CONTROLE, SENÃO A TV.
Não sou uma TV.
Desculpe, leitor, se você não sabe EU SOU EMOCIONADA que nem o Noé de The Case Study of Vanitas. É, sinto muito por sua estadia nesta página.
Como me refrear e não rir desse absurdo que é o primeiro minuto dessa bomba?
A blogueira foi embora deste corpo e deixou a mísera humana cheia de desgostos.
Certo, bora focar.
FALA ALGUMA COISA, LOIRA! ESTAMOS TE ESPERANDO, AMADA!
Imagina que legal, você está lá fazendo um trabalho BEM DO PERIGOSO e aparece esse cara, muito habilidoso, que te derruba e podia muito bem mandar uma bala nos teus cornos, mas... Tira uma foto sua, pergunta seu nome e diz que está paquerando.
Ainda não estou sabendo lidar com a voz do Peterson Adriano nesse boçal do Ryang-ha.
Ah, a abertura que eu mais odiei em 2022. Zero saudade.
Gosto que quem escalou os dubladores tem pacto com Satanás, porque NÃO É POSSÍVEL! EU TAVA TENTANDO ME CONTROLAR, DAÍ APARECEU QUEM? NESTOR CHIESSE!
Bom, acho que a piada mais triste de todo esse rolê é que estou me fazendo de "póbi coitada", mas Love of Kill foi o único anime que tive tempo de assistir até o 7º episódio dublado. Então sim, boa parte do elenco eu já conheço ou lembro mais ou menos, porém... Pelo bem do entretenimento do leitor, EU VOU FAZER A EMOCIONADA!
"E quando a gente vai ter a análise?" - Normalmente no meio do texto ou na parte final. O episódio acabou de começar, então calma.
A displicência da dubladora da Chateau falando pro chefe que não pode conversar, pois a bateria está acabando (uma mentira deslavada). Aliás, uma das coisas que eu mais gostei nessa dublagem foi a escolha da voz da Chateau. Além de combinar, as orientações na interpretação da personagem foram mais acertadas do que na versão japonesa.
Certo, antes de tudo é preciso entender quem é a Chateau.
Na primeira metade do episódio, descobrimos que a moça é uma caçadora de recompensas, não sabemos exatamente por qual motivo entrou nesse ramo e não é a pessoa mais expressiva do mundo, mas vive em alerta.
E a gente cai numa situação sempre muito complexa quando os personagens são pouco expressivos.
Normalmente não são de muitos sorrisos ou de mudanças de humor, demonstrando continuamente desinteresse ou muita seriedade.
Ainda assim, não se tratam de personagens inexpressivos facial ou vocalmente.
Dá para perceber quando a Chateau fica aborrecida, quando ela está séria sobre algum trabalho ou num momento de tensão, e a voz precisa passar essas emoções, afinal, não é uma audiodescrição de cena, é a atuação de alguém para "dar vida" a um personagem.
E isso me incomodou na versão japonesa.
A interpretação não tinha nuances, só seguia de forma linear até que alguma expressão mais significativa surgisse.
E daí chegamos num tema bem interessante de discutir: a culpa é do dublador?
É sempre bom lembrar o leitor que uma dublagem é um trabalho feito em equipe.
Tem o tradutor, uma pessoa que adapta a tradução, o elenco de dublagem, o diretor e o técnico de som.
Claro que o trabalho de interpretação é do dublador, mas o diretor também é responsável por dar a diretriz ao profissional.
"Ah, então quer dizer que quando uma dublagem fica ruim, a culpa é do dublador E do diretor?" - Errado, leitor.
Primeiro é preciso entender o que é uma "dublagem ruim".
Você se refere a uma voz que não combina com o personagem? Isso seria uma má escolha de elenco, não necessariamente uma "dublagem ruim".
Seria então a interpretação do dublador que não combina com a cena? Isso seria um problema do dublador em transmitir a emoção correta e/ou uma má orientação do diretor. Pode ser inexperiência dos dois ou de um dos profissionais, tempo curto para entregar o trabalho (o que não deveria ser desculpa) ou falta de profissionalismo/má fé ("queremos dinheiro, a competência fica em último lugar").
Para mim, uma dublagem ruim é quando ela não soa natural e fica truncada.
Por enquanto, das três vozes que escutamos até aqui (Ryang-ha, Chateau e Eurípedes), tudo soou natural.
Um dos problemas das dublagens de animes é que elas têm alguns momentos bem estranhos de interpretação truncada/amarrada, quando o dublador não consegue se soltar ou dar seu 100%. Isso pode acontecer por falta de experiência em dublar animes.
Já vi nomes muito conhecidos do ramo ficando bem estranhos em personagens de anime, então o problema não é a experiência como dublador, e sim com o tipo de mídia. Não sei o que causa isso. Se é o estranhamento com o idioma do áudio, se é falta de costume ou qualquer outro fator.
Bom, voltando à minha reclamação sobre a Chateau da versão japonesa, provavelmente a Saori Oonishi recebeu uma orientação para deixar daquela forma sem graça, inexpressiva e irritante. Durante uma sessão de gravação, o diretor e o dublador conversam para alinhar o caminho a seguir com o personagem.
Assim, existem personagens que são inexpressivos e que uma leve mudança no tom nos mostra a real intenção, como é o caso do Elias Ainsworth de Mahoutsukai no Yome.
Também foi isso que aconteceu na versão brasileira. A Luiza César deu esse sopro de vida para a Chateau.
E, não, leitor, isso não foi uma comparação entre as dubladoras. Tanto a Oonishi quando a Luiza são competentes e fizeram muito bem o seu trabalho. O problema fica por conta da orientação do diretor e do entendimento dele e da profissional sobre a personagem. Para mim, a versão japonesa peca nesse quesito.
Certo, voltando ao episódio... Sempre rio com os caras brigando no beco e se xingando.
Vinte organizações procurando o Peterson Adriano por fanservice auditivo, entendo...
Uma tristeza até agora: pouca Luiza César.
CHATEAU, AMOR, ABRE ESSA BOCA PRA FALAR! EU QUERO OUVIR A LUIZA CÉSAR, POXA!
Ai, as cenas desnecessárias de luta... com coreografias qualquer coisa.
Bom, daí a gente tem uma cena que não ajuda a dubladora.
Aliás, um detalhe muito gritante em Love of Kill (e em vários outros animes) são as pausas de boca dos personagens. Isso obriga o dublador a fazer escolhas estranhas de pausas de frases. Fica aquele vazio existencial até o boneco abrir a boca novamente.
Nesse caso, temos uma personagem no quarto, com a roupa meio caída e que está se comunicando com alguém por celular. É tanto texto, tão pouco tempo de boca, que a coisa saiu da melhor forma possível, mas não ficou legal.
Não ficou legal pelo tamanho do texto e o tempo que a dubladora tinha para falar.
Aqui a culpa é de quem? Do roteirista japonês.
Piadas à parte, não é culpa de ninguém.
Infelizmente tem vezes que mesmo adaptando de todas as formas possíveis, a frase ainda fica gigantesca e mudá-la poderia tirar todo o sentido.
Falo por experiência própria, já que trabalho na equipe de localização de alguns animes da Crunchyroll.
Love of Kill foi o primeiro anime em que trabalhei e que recebeu dublagem. Um dos meus primeiros animes de temporada, já que eu tinha feito só duas séries fechadas em 2021. Foi uma experiência e tanto...
ENFIM, NÃO ESTAMOS AQUI PARA FALAR DOS MEUS SOFRIMENTOS COMO REVISORA DE LEGENDAS, estamos aqui para questionar os estúdios de dublagem num ponto importante: por que manter todos os gemidos/grunhidos em um anime?
Nem sempre é necessário.
Na cena da moça aí, que estava no quarto com o Ryang-ha, os gemidos/grunhidos de medo beiraram o exagero por tentarem imitar o original.
É bom lembrar que nós brasileiros gememos/grunhimos de forma diferente dos japoneses. Por favor, sem interpretações erradas, estou falando de dublagem.
Acredito que em boa parte das cenas, o tempo desse barulho poderia ser diminuído ou ser mais intuitivo.
Não sei se o estúdio de dublagem recebe o vídeo com a dublagem japonesa ou com outra dublagem. Antigamente o Brasil recebia material dublado em inglês ou espanhol.
Não sei se eles precisam preencher o vazio do áudio original, se é uma exigência do cliente (empresa que pede a dublagem), se isso é algo que o estúdio não se preocupa ou talvez ninguém tenha pensado nisso.
Enfim, voltando ao episódio...
"Que ótimo. Agora que eu já decepcionei você, eu já posso voltar pra minha casa, né?" - Luiza, você não me decepciona.
Um pedaço de seriedade, uma perda de sanidade, outro pedaço de seriedade e assim a gente segue com a minha análise e surto do episódio dublado.
Ryang-ha querendo furar a orelha da Chateau.
Amiga, já pensou em denunciar essa peste pra polícia? Assim, casualmente e talz...
Eu nunca vou superar o Eurípedes pegando a Chateau no flagra com o Ryang-ha.
E isso dublado em português é ainda melhor.
Muito bem, terminei o episódio e... chegou a parte que todo mundo está esperando: a hora de fazer comentários mais gerais e dar o elenco de dublagem!
Sigamos então com o Telecurso do Relacionamento Tóxico - Stalker chantagista e caçadora de recompensas, o que pode dar errado, né?.
A notícia bacana é que, num geral, a dublagem neste episódio de estreia ficou muito boa. Principalmente se ignorarmos a BOMBA que é essa história de stalker chantagista abusivo e uma caçadora de recompensas completamente perdida na vida.
Eu passei o olho pelo elenco de dublagem e percebi que conheço muita gente de nome. É sempre triste quando olho um elenco, não conheço ninguém e me sinto simplesmente o ser mais ignorante da face da Terra.
Não que eu precise conhecer todo mundo, mas... DUBLAGEM, POXA! É ÓBVIO QUE TINHA QUE CONHECER! BANDO DE GENTE MARAVILHOSA COM VOZ MARAVILHOSA!
Tem essa carinha fofa, um sorrisinho bonitinho, mas na hora de ser stalker obsessivo, SAI DE PERTO! NEM SEI SE RESOLVE CHAMAR SÓ A POLÍCIA! |
Hora de dar o elenco de dublagem.
Ryang-ha Song, o stalker chantagista e abusivo, é dublado por Peterson Adriano.
Seus papéis de destaque em animes são: Koenma de Yu Yu Hakusho, Aramis Lupin/Arsène Lupin III de Lupin III: Part 1 (TMS Entertainment, Group TAC), Genbu Libra de Saint Seiya Omega (Toei Animation), Pack de Re:Zero: kara Hajimeru Isekai Seikatsu (White Fox), Lindel de Mahoutsukai no Yome/The Ancient Magus Bride e Frankenstein de Noblesse (Production I.G).
Outros papéis de destaque: 1ª voz de Bart Simpson de Os Simpsons (Matt Groening), Fred Jones de Scooby-Doo (Joey Ruby e Ken Spears) e Rath da franquia Ben 10 (Man of Action - Duncan Rouleau, Joe Casey, Joe Kelly e Steven T. Seagle). Os atores Josh Peck, Macaulay Culkin, Tom Welling, Alan Cumming, Hayden Christensen, Heath Ledger, Thomas Ian Nicols, Aaron Taylor-Johnson, Jake Gyllenhaal, Kevin Hart e Robert Pattinson.
Curiosidade: carioca da gema, começou a dublar em 1987. É irmão da dubladora Fernanda Crispim.
Chateau Dankworth, a nossa "Chatona/Chatinha", é dublada por Luiza César.
Seus papéis em animes são: Yoshiko Hiiragi de Human Lost/Human Lost: Ningen Shikkaku (Polygon Pictures), 2ª voz de Bonnie/Eureka de Pokémon: XY (OLM) e Mizuki Akitomo de Kotaro Vai Morar Sozinho/Koutarou wa Hitorigurashi (LIDENFILMS).
Outros papéis de destaque: 2ª voz de Penny Ares de Diários de Um Vampiro (Julie Plec), Valerie Brown de Riverdale (Roberto Aguirre-Sacasa) e Nikki Ramos de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis (Stan Lee e John Bucema). As atrizes Rachel Matthews e Sydney Park.
Curiosidade: carioca da gema e filha da dubladora Mabel Cezar.
Completamente chocada de uma forma maravilhosa! ELA É FILHA DA MABEL CEZAR!!! Simplesmente encantada com essa informação!
Eurípedes Ritzland, o chefe da Chateau, é dublado por Nestor Chiesse.
Seus papéis de destaque em animes são: Sherlock Holmes de Moriarty The Patriot/Yuukoku no Moriarty (Production I.G), All Might de Boku no Hero Academia/My Hero Academia, Solf J. Kimblee de Fullmetal Alchemist e Fullmetal Alchemist: Brotherhood (Bones), Ginko de Mushishi/Mushi-Shi (Artland), Hisoka Morow de Hunter x Hunter (Nippon Animation), Asuma Sarutobi de Naruto (Pierrot).
Outros papéis de destaque: Sherlock Holmes na série Sherlock (Steven Mofatt e Mark Gatiss), Jesus de A Paixão de Cristo (Mel Gibson) e Chris Argent de Teen Wolf (Jeff Davis). Os atores Jon Hamm, Bobby Canavale, Jason Bateman, Benedict Cumberbatch, Michael C. Hall, Jon Bernthal, JR Bourne, Chris Pratt, Courtney B. Vance, Dylan McDermott, Ethan Hawke, Josh Duhamel, Nikolaj Coster-Waldau, Ty Burrel, Christian Bale, Ray Stevenson, Clive Owen, Chiwetel Ejiofor, Gal Pearce, Matthew McConaughey, Russell Crowe e Sam Rockwell.
Curiosidade: é nascido em Barra Mansa - RJ, começou a dublar em 1997.
Jin, o menino sem boca que gasta dinheiro da firma para comprar uma árvore de Natal gigantesca, é dublado por Luiz Sérgio Vieira.
Seus papéis de destaque em animes são: Taira Nakamura de Aoashi (Production I.G), Haruka Hashida de Blue Period (Seven Arcs), Takemichi Hanagaki de Tokyo Revengers, Jin Mori de The God of High School, Tao de Carole & Tuesday (Bones), Oberon de Mahoutsukai no Yome/The Ancient Magus Bride, Hiroto Suwa de Orange (Telecom Animation Film) e Tai Kamiya/Taichi Yagami de Digimon (Toei Animation).
Outros papéis de destaque: Argit de Ben 10, Plagg de Miraculous Ladybug, Bloo de A Mansão Foster para Amigos Imaginários (Craig McCraken), Dudu e Rolf de Du, Dudu e Edu (Danny Antonucci), 1ª voz de Gibby Gibson de iCarly (Dan Schneider), Toby Loobenfeld de Big Bang: A Teoria (Chucky Lorre e Bill Prady), Jonathan Byers de Stranger Things (The Duffer Brothers), Cruz de Cobra Kai (Josh Heald, Jon Hurwitz e Hayden Schloosberg), Yondu Udonta de Guardiões da Galáxia (James Gunn e Nicole Pearlman), Twinkie em Velozes e Furiosos 7, 9 e Desafio em Tóquio (Universal Pictures), Virgil Hawkins de Super Choque (Dwayne McDuffy, Denys Cowan, Michael Davis e Derek Dingle).
Curiosidade: carioca da gema, começou a dublar em 1991.
Só um detalhe que consta no Dublapédia e está errado: o Ryang-ha jovem NÃO É dublado pelo Toshiki Masuda na versão japonesa, ele é dublado pelo próprio Hiro Shimono (responsável pela versão adulta do stalker chantagista). O Toshiki Masuda fica responsável pelo "outro" Ryang-ha.
Aliás, minha maior diversão assistindo anime antes de todo mundo é surtar por conta do elenco japonês. É diversão e surto garantidos.
Certo, chegou a hora de dar uma opinião mais geral sobre este episódio de estreia.
Como alguém que já foi muito pedante e apegada ao elenco original, acredito que principalmente o público mais picuizento que se diz "fiel", deveria dar uma chance à dublagem brasileira.
Concordo que infelizmente há certo número de trabalhos que não apresentam resultados minimamente decentes, porém, é importante não generalizar. Há profissionais e profissionais em qualquer ramo.
Dito isto, eu gostei da escolha das vozes, pois combinaram com os personagens.
O Ryang-ha é esse cara bonito, que parece bem de boinha, mas que é um assassino cruel e uma pessoa bastante distorcida. Ou seja, é preciso que a voz do personagem saiba passar essas nuances.
O Hiro Shimono, responsável pelo Ryang-ha na versão japonesa, tem uma voz naturalmente engraçada, e apesar de papéis como o do Zenitsu de Kimetsu no Yaiba, ele também já emprestou sua voz para o vilão Dabi de Boku no Hero Academia. Então para ele, mudar de um tom mais leve e fofo para algo mais medonho, é simples.
Só que essa é uma particularidade da dublagem japonesa.
Será que se o dublador brasileiro tentasse imitar esse estilo ficaria legal?
Não acho que ficaria natural. Essas nuances são bem típicas do Japão, talvez ficasse forçado na dublagem.
Bom, então como ter o melhor dos dois mundos? Escalar alguém com uma voz que tenha presença, mas que seja suave. E ao invés de se preocupar com a mudança de tom, demonstrar esse comportamento apenas com a interpretação.
Olha, adoro a voz do Peterson Adriano, é fofinha, uma graça, só que nos momentos em que o Ryang-ha dá uma de psicopata, a voz demonstra a seriedade. E continua sendo suave.
Agora falemos do Jin.
A intenção na versão japonesa era mostrar que o personagem é estrangeiro.
Particularmente, não gosto desse tipo de escolha, pois beira a xenofobia.
Acredito que exista outras formas menos problemáticas de dar esse tipo de informação.
Por conta disso, a interpretação do Kohei Amasaki ficou bem caricata.
Ainda bem que o William Viana (diretor) e o Luiz Sérgio (dublador do Jin) não seguiram o original.
A voz do Luiz já se destaca bastante e é bastante jovial, portanto, não precisa de firulas para dar um bom resultado.
E só para não dizer que esqueci do Nestor, porque não esqueci, acho a escolha condizente com a realidade do personagem. Apesar da cara de mais velho, nosso querido Eurípedes É UM JOVEM de vinte e tantos anos. Essa informação é revelada mais para frente no anime. Ele é só um pouco mais velho que a Chateau.
O Nestor também tem uma voz jovial, por isso, a escolha foi mais acertada do que "tentar imitar o original". Aliás, opinião sincera de fã das duas dublagens: JAMAIS IMITEM O ORIGINAL.
A dublagem brasileira também é um trabalho de "localização", de tornar aquele produto não só acessível ao idioma, como também mais familiar ao público.
Tem certas interjeições e pausas japonesas que simplesmente não funcionam no Brasil e tentar imitar deixa o trabalho caricato e pode cair na tão famosa "dublagem ruim".
A gente quer uma "versão brasileira" que obviamente não deturpe a história, mas que nos traga mais para perto dela.
Bom, como já tem texto demais aqui, sigamos para o próximo episódio ou não terei sobre o que falar neles.
Love of Kill
2º episódio
Opinião: Depois das loucuras do episódio anterior, acredito que o leitor agora esteja familiarizado com o meu estilo de análise. Se sobreviveu? Que bom. Se não... Sinto muito, mas o Google é uma ótima ferramenta para procurar textos mais sérios. Boa sorte.
Agora sem mais delongas... EPISÓDIO 2, É NÓIS!
DIIIIIIIIIIIIIIIIILUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUC!!! *chora*
Prometo que eu explico no Telecurso!
Grazadeos não sou obrigada a ver NOVAMENTE a abertura, então vamos pular.
Perdão, Masuda, sei que é você que canta, mas... pra mim não dá.
"Até parece que o Ryang-ha Song daria as caras em público desse jeito" - Tenho uma péssima notícia pra você, Eurip!
Eu gosto quando a Chateau desliga na cara do Ryang-ha.
Gostaria ainda mais que ela denunciasse esse stalker chantagista à polícia, porém, acho que é esperar UM POUCO DEMAIS...
Ó o Zé Tranqueira esperando pra dar o bote...
Que foi, leitor? Quando o Zé Tranqueira abrir a boca, a gente comenta alguma coisa. Até agora só voz que a gente já conhece está falando. Relaxa aí.
Gata, não é hora de suspirar de alívio não! É O ZÉ TRANQUEIRA NESSA MOTO!
As cenas de ação nesse anime existem e isso é muito triste.
AÍ Ó! EXEMPLO CERTO DE GRUNHIDO!
Chateau possessa que o Ryang-ha fica ligando!
Esse tipo de grunhido é o que parece mais com uma brasileira de saco cheio!
"Analisando grunhido, Kimono" - Leitor, se eu te contar que às vezes reconheço dublador japonês por grunhido e gemido, você ficaria chocado? Pois bem, fique.
Caiu do penhasco, sobreviveu e... O CARRO NÃO EXPLODIU.
Anime às vezes força a barra de um jeito que não consigo defender.
Ou vai ver estou muito acostumada com novela brasileira cheia das pirotecnias.
Coitado do caminhoneiro, Zé Tranqueira... Acho que conheço a voz dele.
Pô, sacanagem não ter no Dublapédia... Se bem que, se a minha biblioteca auditiva ainda estiver funcionando direito, parece o Hélio Ribeiro. Ele também está no elenco fazendo outro personagem.
É sim. Eu fui checar no YouTube, porque não confio em mim mesma.
Ele fez uma pontinha no final do episódio passado e, segundo o Dublapédia, o personagem dele só aparece no episódio 4. Tenho minhas dúvidas, mas como eu realmente não lembro tão bem da linha do tempo de Love of Kill, preferi pesquisar.
E o celular da Chateau que nem quebrou a tela?
Se eu fizer piada com a Nokia, será que alguém vai pegar a referência?
Não, né? Então segue o baile...
Também estou impressionada por ela estar viva, Zé Tranqueira.
Rindo do termo "bunda virada pra lua". Eu tenho 5 anos de idade, não é possível.
Gente, o stalker é TÃO STALKER que veio seguir o rastro da sua vítima, digo, da Chateau. Pera, são a mesma pessoa...
Rindo, porque... quando a gata acha que se livrou de um stalker... APARECE OUTRO STALKER! Sinceramente ninguém de bom senso para dar um toque em Fe, mangaká responsável pela história original.
PELO AMOR DE DEOS, EU TÔ MAIS TRAUMATIZADA COM ESSA CENA DE PERSEGUIÇÃO EM PORTUGUÊS DO QUE EM JAPONÊS. Nossa, não lembrava que esse anime era tão tosquinho assim.
O celular ainda funciona. É Nokia.
Zé Tranqueira julgando a orientação sexual dos outros... É de lascar.
Enfim o celular quebrou.
Com um tiro, mas quebrou.
Certo, acabou o episódio e temos duas adições importantes no elenco.
Sim, a menininha loira que vou chamar de Chatinha e o Zé Tranqueira.
Sigamos com o Telecurso do Horror - Com a dublagem pude perceber como a animação é dolorosa!
Como eu sou uma pessoa preguiçosa, vou começar com a parte que dá mais trabalho, que é a pesquisa. Depois entramos em outros tópicos da dublagem.
Aproveitar que o surto não rendeu no meio do episódio e falar sério.
Chateau criança, nossa póbi Chatinha, é dublada por Júlia Freitas.
Seus papéis de destaque em animes são: Emilia criança de Re:Zero: kara Hajimeru Isekai Seikatsu, Frederica Rosenfort/Augusta Frederica Adel-Adler de 86: Eighty-Six (A-1 Pictures), Desumi Magahara/Princesa Ceifadora criança de Love After World Domination/Koi wa Sekai Seifuku no Ato de (Project No. 9), Anri Kaido criança de Aoashi, Runa/Luna de Beast Tamer/Yuusha Party wo Tsuhou sareta Beast Tamer, Saikyoushu no Nekomimi Shoujo to Deau (EMT Squared), Mari de Palavras que Borbulha como Refrigerante/Cider no You ni Kotoba ga Wakiagaru (Signal.MD, Sublimation).
Outros papéis de destaque: Anna Koslow de O Informante (Andrea Di Stefano), Gwen Shaw de O Telefone Preto (Scott Derrickson), Samantha LaRusso criança de Cobra Kai, Elizabeth "Beth" Harmon criança de O Gâmbito da Rainha (Scott Frank e Alan Scott), Sylvie Laufeydottir/A Variante criança de Loki (série) (Michael Waldron), Marceline criança do filme Hora da Aventura: Terras Distantes (Pendleton Ward).
Curiosidade: carioca da gema, nasceu em 2007. Neste ano, ela faz/fez 16 anos.
Há muitos papéis de crianças creditados a ela.
Sempre em choque quando vejo pessoas nascidas em anos que eu já era bem grandinha. Então é assim que se sentem as pessoas com idade avançada... *eu mesma*
Hou, o Zé Tranqueira, é dublado por William Viana.
Seus papéis de destaque em animes são: Drakon de Magi: Adventure of Sinbad/Magi: Sinbad no Bouken, Minatsuki/Reggie de B: The Beginning (Production I.G), Oh Seongjin de The God of High School, Mechamaru/Mekamaru/Kokichi Muta de Jujutsu Kaisen, Shugo Amihama de RE-MAIN (MAPPA), Tomura Shigaraki no filme My Hero Academia: Ascensão de Heróis (Bones).
Outros papéis de destaque: Ichigo Kurosaki no filme live-action de Bleach (Netflix), Edward Wilson Jr. de O Bom Pastor (2006) (Eric Roth), Hayward de Se a Rua Beale Falasse (Barry Jenkins), Karabo "KB" Molapo de Sangue e Água (Netflix), Carty de 13 Reasons Why (Netflix).
Curiosidade: nascido em Porto Alegre - RS, começou a dublar em 2012 e é responsável por alguns trailers dublados de Genshin Impact (Hoyoverse) no Twitter e no Instagram, então se gostar do jogo, recomendo dar uma olhada. A escolha de vozes para os personagens é muito boa.
Tivemos basicamente GOTAS de falas da mini-Chateau, então não dá para julgar a interpretação da Júlia, só que a voz ficou bem fofa.
E já que estamos falando em fofura, o William Viana no Hou... Particularmente, achei a voz fofa também. Não que não tenha ficado bom, apenas que eu esperava uma voz um pouquinho mais grave ou que soasse levemente mais velho.
Talvez a segunda opção não fosse uma boa, pois, se ainda lembro alguma coisa da história, aparentemente o Hou é um pouco mais novo que o Ryang-ha ou os dois têm a mesma faixa etária.
Falando apenas da interpretação, ficou natural e fluído, mesmo nas inserções da localização, como "bunda pra lua".
Bom, leitor, agora chegou a hora de dar algumas explicações que não couberam no episódio anterior.
Como aparece a dublagem brasileira de alguma coisa?
O "cliente", uma empresa que detém os direitos do material estrangeiro, por vários motivos decide dublá-lo. Os motivos vão de marketing a "o dono original permitiu depois de uma série de reuniões e burocracias".A parti daí, o cliente busca por estúdios de dublagem e faz uma cotação com eles. O que tiver o melhor custo-benefício assina o contrato. Mais uma série de burocracias.
Com tudo certo, o estúdio de dublagem decide o diretor e começa a fazer audições para escolher as vozes que dublarão os personagens. Nesse meio tempo, com certeza a equipe "por trás das câmeras" já foi escolhida, como o tradutor, a pessoa que vai adaptar o texto para a dublagem e o técnico de som.
Enquanto essas coisas acontecem, o tradutor recebe o material para trabalhar. Assim que ele termina sua parte, é a vez do adaptador mexer no texto para ele ficar mais tranquilo de dublar.
As audições são gravadas e enviadas ao cliente, que aprova ou pede mudanças.
OK, TODO MUNDO DEVIDAMENTE ESCALADO. Hora de gravar.
Com horários marcados, cada dublador entra na cabine de gravação e faz a sua parte, sendo orientado pelo diretor que fica na cabine ao lado junto com o técnico de som.
Deu tudo certo? O resultado final é enviado ao cliente e ele distribui da forma que achar melhor (TV, streaming, cinema).
Esse é o "esqueleto" do processo.
Pelo menos é isso que eu sei de entrevistas que dubladores já deram a programas de TV e internet, além de certas informações que eu deduzo por trabalhar com uma empresa de streaming.
Alô, dubladores que por ventura venham a ler este texto e quiserem contribuir com alguma informação ou corrigir, fiquem à vontade.
Se bem que tenho muita esperança de que nenhum dublador leia isso, pois uma coisa é falar que o japonês que nunca vai saber que eu existo tem voz de gostoso. Outra completamente diferente é falar que um brasileiro, que pode até morar na mesma cidade que eu, tem voz de gostoso. Não, não. Obrigada.
Muito bem, agora que todos sabem como uma dublagem surge, vamos falar sobre um trabalho muito importante: a localização.
Para entender o termo é preciso explicar o que é tradução e o que é adaptação.
Tradução é pegar o material em idioma estrangeiro e colocá-lo no idioma local. Essa parte tem que ficar o mais próximo do original para dar contexto.
Adaptação é pegar essa tradução fiel ao original e torná-la mais compreensível, fácil de ler/acompanhar/falar, sem perder o contexto.
Se o texto estrangeiro diz que "o gato é azul", a tradução diz que "o gato é azul", a adaptação não pode chegar com "o gato é amarelo-ovo". O que ele pode fazer é colocar um "felino" no lugar do "gato" e deixar o texto assim: "o felino é azul".
De qualquer forma, nem toda mudança é necessária, ainda mais quando a gente fala de dublagem.
Como o material é estrangeiro, ele tem um tempo para que o personagem (também chamado de "boneco") abra e feche a boca, dizendo o texto.
Muitas vezes acontece do texto ser enorme e a boca ficar pouco tempo aberta ou vice-versa. E isso é um tormento para a dublagem.
Agora sim podemos falar de "localização".
Vou usar um trecho de um post meu com a explicação, porque está bonitinho e facilita um pouco o meu trabalho:
A
gente pega a tradução literal, adapta para fazer sentido no idioma que
trabalhamos e coloca termos mais conhecidos nesse idioma e que caibam no
contexto.
Um caso que eu gosto muito de lembrar é o da "ojou/chefinha" de The Yakuza's Guide to Babysitting (01).
"Ojou" é um termo usado para tratar filhas de pessoas ricas/importantes.
O pessoal do clã Sakuragi chama a filha do chefe de "ojou" por ser uma maneira respeitosa.
O
problema é que não temos uma adolescente para chamar de "senhorita" e
muito menos uma pré-adolescente para chamar de "mocinha". A filha do
chefe só tem SETE ANOS. É muito pirralha para termos tão rígidos.
Pelo
contexto da história, a menina é tratada como uma pequena chefe,
ganhando a atenção de todos os membros da máfia da família. Daí eu vim
com a ideia de "chefinha" para a equipe e elas adoraram, então seguimos
com o termo.
Combina, faz sentido e é uma localização 100% brasileira.
Ou seja, não me desviei da finalidade.
(Trecho de SPY X FAMILY #02 e #03)Imagina que bacana passar uma noite no mesmo quarto que o cara que te stalkeia e te mete em roubada... Uau. *contém ironia* |
Eu amo que de vez em nunca meu cérebro funciona para alguma coisa.
No caso, vocês viram uma localização de legenda, mas também funciona com dublagem.
E daí vou recomendar um texto do WDN Brasil que entrevistou um tradutor e adaptador de roteiro para dublagem, o Marvin Silva.
Ele fala sobre gírias e memes e em qual contexto eles podem ser usados ou não.
Bom, até agora os dois episódios apresentam fluidez e naturalidade, então não tenho grandes considerações.
Aliás, um dos trabalhos da dublagem também é fazer com que a gente se esqueça de que aquele material é estrangeiro, por isso a importância dos dois pontos que destaquei no parágrafo acima.
Uma das coisas que sempre foi um problema para mim em dublagens brasileiras é a inconsistência das pronúncias. Isso é algo que o diretor de dublagem e os profissionais de voz devem se atentar.
Atualmente existe um trabalho de continuidade, pelo menos em boa parte dos trabalhos em animes. Porque há uma diferença óbvia entre "Tômas" e "Tomás", apesar da grafia normalmente ser a mesma (Tomas).
É preciso ter um esquema, seja um papel colado no estúdio ou uma lista que todo dublador precise seguir e anotar no seu roteiro, para a espectador não pegar o novo episódio da temporada com alguém falando algo errado ou com uma pronúncia nada a ver do episódio anterior.
Isso é ainda mais sentido por quem faz maratona de uma série.
Continuidade é uma parte muito importante.
E por que estou dizendo isso?
Pois os dubladores não trabalham em apenas UM MATERIAL.
Durante a semana, e até mesmo num único dia, ele pode dublar mais de um boneco que é de mais de uma série.
Por mais que a pessoa tenha uma memória maravilhosa, não é todo dia que estamos na nossa melhor versão.
E até o momento a dublagem de Love of Kill também está com uma ótima continuidade. Acho que o único problema é o roteiro. A animação? Já vi piores.
Love of Kill
3º episódio
Opinião: Leitor, acho que você não esperava tanto texto sobre o assunto, né?
Talvez todos descobrimos que eu sou BEM OTAKU. É a vida.
Ainda bem que é o último episódio deste post. Pena que é o último episódio para falar de dublagem...
"Cheguei, amor!" - Bora tacar um tijolo na cara do Ryang-ha por se aproveitar da voz do Peterson Adriano? BORA!
DUUUUUUDAAAAAAAAAAA RIBEEEEEEEEEEEEEEEEIROOOOOOOOOOOOOOOO!!!
Ah, sempre morta com a voz do Duda Ribeiro desde Yu Yu Hakusho. Vou ali no canto chorar e já volto.
LÉÉÉÉÉÉÉÉOOOOOOOOOOOOO RABEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEELO!!!
Chorando com essa voz de zoeiro desde Jujutsu Kaisen.
Aí, mais um exemplo de grunhido certo.
Quando o Jin fica observando a Chateau sair do escritório, ele está curioso.
Não parece exagerado, combina com o momento e parece algo que um brasileiro faria.
Coisas a se pensar no meio da dublagem: orientações sobre gemidos/grunhidos e um curso de dublagem focado em animação japonesa para os dubladores que não estão acostumados a trabalhar com essa mídia.
Enfim, terminei o episódio.
Quero começar o Telecurso Que Trama Horrorosa - Mas com um elenco brasileiro maravilhoso, falando que o desenvolvimento dessa história é péssimo.
É uma espécie de Síndrome de Estocolmo com alguns daqueles shoujos antigos que romantizavam relações tóxicas.
Sem dar spoilers a você que talvez queira acompanhar essa bomba de esgoto, há uma """explicação""" para a Chateau querer ter o Ryang-ha por perto, e não se trata apenas das facilidades que ele proporciona com suas habilidades de rastreio e assassinato.
O problema é que essa """explicação""" é tão furada quanto cano de drenagem e extremamente porca. Existe um enemies to lovers (de inimigos a amantes) muito mais bem feito, como Vanitas e Jeanne em The Case Study of Vanitas. Aliás, esse é um exemplo de anime que analiso no blog, mas há muitos outros por aí.
Sem falar de situações que são bastante incômodas para mulheres. E o fato de não ficar explícito os sentimentos da Chateau pelo Ryang-ha, deixa tudo ainda pior.
Essa é a opinião da blogueira. A revisora de legendas agradece todo e qualquer trabalho que possa assumir, fazendo-o com a responsabilidade e profissionalismo que se espera.
Dito isso, vamos seguir para o elenco principal deste episódio e as últimas considerações.
Seung-Woo, membro importante da máfia, é dublado por Duda Ribeiro.
Seus papéis de destaque em animes são: Kurama de Yu Yu Hakusho, Franky de One Piece (Toei Animation), Daigoro Banjo / Lariat / 5º portador de Boku no Hero Academia, Pai do Ritsuka e narrador de Given (Lerche), Senya Siriski de The Vampire Dies in No Time (Madhouse), Miguel de Jujutsu Kaisen 0 (MAPPA).
Outros papéis de destaque: os atores Ed Helms, Matthew McConaughey, Vin Diesel, Stephen Amell, Aldis Hodge, David Oyelowo, Jamie Foxx, Shawn Wayans, Ato Essandoh, Brad Pitt, Michael Ealy, Guy Pearce, Jesse Williams, John Cena, az Alonso, Alex O'Laughlin, Garret Dillahunt, Tyrese Gibson, Chiwetel Ejiofor, antonio Banderas, Steve Carell, Craig Robinson, Jeffrey Wright, Johnathon Schaech, Noel Gugliemi, Yahya Abdul-Mateen II. Além de ser a voz oficial do Bruce Wayne / Batman de Batman (DC) desde 2004 em animações e jogos, Groot no universo cinematográfico da Marvel e James de A Princesa e o Sapo (Disney).
Curiosidades: carioca da gema, dubla desde 1992 e cheio de familiares na dublagem.
É primo do dublador Marco Ribeiro, ex-marido da dubladora Fernanda Crispim, pai de Eduarda Ribeiro (trabalha com tradução), Pedro Crispim (dublador) e Vitória Crispim (dubladora).
Uma vida inteira sendo trouxa. Eu achei que ele era IRMÃO do Marco Ribeiro. LOL
Outra curiosidade divertida é que o Peterson Adriano é tio da Eduarda, do Pedro e da Vitória.
E antes que alguém venha dizer que é panelinha familiar, que eles só chamam gente que já conhecem e coisas do tipo: não vou entrar no mérito e demérito disso, pois não sei como e se as coisas DE FATO funcionam assim.
Opinião como blogueira e fã de dublagem, acho que todos devem ter os mesmos direitos e serem escolhidos por sua competência e não por ser amigo/familiar/ter relação próxima com algum dublador, diretor ou estúdio de dublagem.
Quem acusa, deve provar, lembrem-se disso.
Internet não é terra sem lei. Acusação falsa pode gerar processo e, com sorte, só pagamento de indenização. Com azar, cadeia. Digo isso, porque tem muita gente jovem e totalmente descabeçada, que fala um monte de besteira da boca para fora, e quando chega intimação em casa pede perdão até para o Papa.
Sim, leitor, também sei que há muitos péssimos profissionais e pessoas desonestas em todas as áreas de atuação, no entanto, este texto e minhas análises não são sobre isso.
Voltando ao elenco...
Anna Dankworth, "mãe" da Chateau, é dublada por Izabel Lira.
Seus papéis de destaque em animes são: Margaret Liones de Nanatsu no Taizai/The Seven Deadly Sins, Rahab de Mahoutsukai no Yome, Mary de Saihate no Paladin/The Faraway Paladin (Children's Playground Entertainment).
Outros papéis de destaque: as atrizes Carmen Ejogo, Maya Rudolph, Naomi Harris, Lauren Bowles, Meta Golding, Ming-Na Wen, Vivica A. Fox, Annie Murphy, Gloria Reuben, Mary J. Blige, Shelly Conn, Kerry Condon, Queen Latifah, Naomi Watts, Sarah Clarke, Eva Mendes, Sunny Mabrey, Kelly Rutherford, Vanessa Williams, Alice Evans, Constance Zimmer, Ellen Pompeo, Kelly McCreary, Niecy Nash, Silvia Navarro. Além da Rainha Regente Miriel de Os Anéis do Poder (J. D. Payne, Patrick McKay), Soraka do jogo League of Legends (Riot Games), Flint de Monstros S.A. (Disney, Pixar), Eudora de A Princesa e o Sapo.
Curiosidades: é carioca da gema, dubla desde os anos 90, já foi dubladora oficial da TV Escola (acho que no caso seria "locutora"), é esposa do dublador Maurício Berger e irmã de Luciano Lira (operador de áudio e sonoplasta).
O Léo Rabelo consta como vozes adicionais.
Bom, hora de fazer um apanhado geral sobre esses três episódios dublados.
Tivemos boas escolhas para as vozes principais e as interpretações se mantiveram consistentes, assim como as pronúncias de nomes.
E, apesar de não gostar de sotaque carioca, pensando em outras dublagens que analisei, não sinto aquela tentativa dolorosa de falar tudo engomadinho como se estivesse fazendo uma apresentação para a professora.
Sim, é preciso dar importância à dicção, afinal, as pessoas precisam entender o que é falado. No entanto, mesmo um paulistano da gema não fala tudo tão certinho e rebuscado no cotidiano.
E um bom exemplo de "não é preciso ser carioca para ter dicção e interpretação mais solta", é o William Viana que fez o Hou e nasceu em Porto Alegre.
Uma interpretação forçada para manter dicção em texto não é necessária. Aliás, dicção independe de onde você nasceu. O importante é que a mensagem seja passada de forma clara.
Isso quer dizer que prefiro dublagem carioca à dublagem paulistana? Não, leitor, eu prefiro naturalidade e fluidez. Eu estou pouco me importando de onde vem a dublagem, desde que ela seja feita de forma competente e entregue um resultado decente.
Sendo bem sincera, briguinha Rio x São Paulo é outra coisa cafona.
A gente tem que morrer é com dublagem de Miami. Aquilo é a falta completa de respeito com o público.
O mínimo que um estúdio tem que entregar é naturalidade, fluidez, consistência e uma boa escolha de vozes (quer dizer que precisam combinar com os bonecos correspondentes).
Outra questão que tenho e que ninguém está preparado para conversar, é aceitar mais tipos de sotaques nas dublagens. Esse negócio de "neutralizar sotaque" é sem sentido.
Quem inventou que sotaque carioca e paulista são neutros? Bom dia, amados, não são. Sudeste não é exemplo de um Brasil inteiro, é um pedaço dele.
"Ainn mas ficaria tão estranho os bonecos com sotaque *insira seu preconceito aqui*" - Bom, nós não estamos acostumados, pois tudo na mídia costuma gritar São Paulo e Rio de Janeiro, apesar de termos vez ou outra novelas se passando no nordeste e olhe lá!
Uma boa saída para o caso do Jin em Love of Kill poderia ser um dublador de outra região do país. Como o personagem é estrangeiro na versão japonesa e fala o idioma com sotaque, essa poderia ser uma ótima saída.
De forma alguma um dublador do sudeste deve imitar ou fazer sotaque de outra região, pois soaria caricato e estragaria o trabalho.
Outra coisa importante a se dizer é que por não termos o costume de englobar outros sotaques, ficamos presos no "carioca-paulista".
A minha sugestão sobre o Jin faria sentido como cobrança se nós vivêssemos na realidade proposta. Não é o caso.
"Ah, também não daria para o dublador 'lá não sei de onde' vir gravar num estúdio do Rio de Janeiro, né?" - Então, leitor... Quando a pandemia pegou feio no país, os estúdios de dublagem fecharam. A saída foi a gravação remota. Claro que, mesmo para montar uma pequena cabine simples de gravação, é preciso certo investimento. Não é caríssimo, porém, também não vai sair tão barato quanto se imagina.
Enfim, jogar no lixo a tal "neutralidade de sotaque" é algo a se pensar.
De forma alguma estou questionando a escolha de voz e muito menos o trabalho do Luiz Sérgio. Ele entregou um ótimo resultado.
Minha questão é como o mercado funciona e como o preconceito que temos é enraizado, só isso.
Aproveitando que falei de "escolha de voz", confesso que me incomodou um pouco a escolha da Izabel Lira na Anna Dankworth, porque a boneca aparenta muito mais idade que a voz. Para mim ficou destoante.
Ainda assim, é um bálsamo escutar uma voz tão linda... ainda que o personagem que não combine.
Love of Kill contou com dubladores experientes nos papéis principais. E mesmo aqueles que não tivessem tanta facilidade com anime, se saíram muito bem.
Tirando Peterson, Nestor e Luiz Sérgio que já fizeram muito anime nessa vida.
Aliás, isso me lembra de REFORÇAR aos profissionais de voz entendidos no assunto: criem cursos específicos para dublar anime. Vocês, bem mais do que eu, devem entender todas as diferenças que existem nesse material com o nacional e os de língua inglesa e espanhol.
Assim, independente de experiência na carreira, todo mundo fica preparado para as loucuras que esse tipo de mídia traz consigo.
Incluir num dos módulos os seguintes temas: "não imite trejeitos, nós somos brasileiros" e "aprenda a gemer que nem brasileiro, japonês geme de outro jeito" (parem de rir).
É sério, parem de grunhir como no áudio original. Comecem a grunhir como grunhimos no Brasil, amados. Obrigada.
Falando agora da tradução e da adaptação de texto: boas escolhas e inserções legais de gírias em momentos oportunos.
Como já comentei, nem sempre o contexto permite, então a pessoa que vai mexer no texto precisa ter experiência e noção do que está fazendo.
É como aquela entrevista do WDN que indiquei lá em cima.
Tem coisa que sempre é comentada durante as gerações, como determinados termos e ditados, já memes e gírias do momento acabam ficando datados e costumam envelhecer mal.
Para encerrar, talvez um dia eu tente assistir o resto da dublagem. A galera brasileira é boa, o que estraga é a história mesmo.
Esse post é extremamente cansativo de fazer, mas eu sou otaku e provavelmente masoquista, então contem comigo para continuar analisando dublagens de animes.
Se forem assistir Love of Kill, assistam dublado BR, gostoso demais.
O château no plateau da Chateau
Imagine ter uma casa de campo muito chique num planalto? É basicamente o "chatô" no "platô".
Bom, leitor, espero ter começado o Carnaval este ano com o pé direito.
Apesar da trama ser uma verdadeira bomba, o trabalho da dublagem ficou muito bom.
Talvez em próximos anos eu consiga fazer cursos, pelo menos para entender um pouco mais sobre esse trabalho que tanto gosto e me fascina.
LEITOR, VOCÊ TEM MENOS DE MEIA HORA PARA FAZER UM INTERVALO!
DAQUI A POUCO TEM UM FILMAÇO SENDO COMENTADO NO BLOG!
Chuva de confete
Com serpentina
Sobreviver nesse feriadão sendo otaku
É muito mais fácil do que você imagina! #CarnaKimono2023
Nos vemos daqui a meia hora com... o filme Jujutsu Kaisen 0 (legendado)!
Por Kimono Vermelho aquela que inventa de analisar anime dublado, mas não lembra que tem que fazer QUINHENTAS MIL PESQUISAS NO PROCESSO... - 17/02/2023
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