quarta-feira, 19 de abril de 2023

HAORI DUB: Bungou Stray Dogs 4 - #01 (DUBLADO)

Ah, eu vou me arrepender... :D
 
Olá, leitor.
Eu tinha prometido no Twitter que faria alguma coisa do tipo, então como A VIDA É AGORA, resolvi meter o louco.
 
Seguindo o estilo Haori, que são posts razoavelmente mais curtos e reza a lenda que mais fáceis de fazer (nada é fácil, não se engane), decidi aproveitar a dublagem recente da 4ª temporada de Bungou Stray Dogs para... ANALISAR A DUBLAGEM BRASILEIRA.
 
Desde o Carnaval do ano passado, trago algumas séries nesse esquema.
E em 2023: Love of Kill BR.

Será um episódio por post.
O foco aqui não é a história, esse tipo de texto vem na programação normal do blog (e vai demorar). Ainda assim, CONTÉM SPOILERS!
 
O elenco será tirado da página do anime na Dublapédia.

Bom, antes de seguir para a diversão de fato, aqui vai a explicação de como será feita a análise:
-Interpretação;
-Naturalidade;
-Se a voz combina com o personagem;
-Pronúncia de nomes/lugares/termos.
 
Também poderei comentar alguns detalhes, como: as diferenças entre as versões (na questão de vozes e interpretação), adaptação do texto, o cotidiano de trabalho dos dubladores brasileiros e qual é o processo da dublagem do contrato ao resultado.

Reforçando aqui que a dublagem é um importante meio de acessibilidade para pessoas com deficiência (PCD), analfabetos, analfabetos funcionais, crianças em processo de alfabetização, idosos e pessoas com dificuldades para ler as legendas.

Dito isso, HORA DA DIVERSÃO!
 
Bungou Stray Dogs 4 (DUBLADO)
1º episódio
Olha bem para a cara dessa sacripantinha! Não dá vontade de morder as bochechas?
Opinião: Será que se eu começar a fazer mais desse tipo de texto, existe alguma chance dos dubladores brasileiros lerem? E, se eles lerem, estarei encrencada ou terei mais chances de ganhar um "oi" no Twitter?
 
Bom, não sei e também não vem ao caso.
 
Ah! Esqueci de avisar que, se você ainda não sabe mesmo eu espalhando aos quatro ventos, sou revisora de legendas da Crunchyroll. Ou seja, eu trabalho na equipe de localização que faz legendas para vários animes na CR.

A piada é que eu entrei para a equipe de Bungou Stray Dogs a partir da 4ª temporada. Resumindo: aquelas lindas legendas que você leu em cada episódio, EU REVISEI.
 
Também gostaria de reforçar que vai ter palhaçada neste texto, porque essa é a essência do Kimono Amarelo e não faz sentido escrever toda séria, se eu sou porraloka.
 
Dito isto... GLAUCO MARQUES tem mais participações em Bungou do que o Fukuzawa tem de crimes na ficha dele. OHOHOHO~ Não, pera...

Aqui o Glauco dubla o Fukuchi.
Na 2ª temporada era o Sakunosuke Oda, nosso querido Odasaku.
Glauco fica maravilhoso mesmo é no Muzan Kibutsuji de Kimetsu. MELHOR MUZAN.

OPA! ABERTURA!
Sim, leitor, vai ser estilo "minhas análises de anime": caos, comentários soltos enquanto assisto o episódio e "Telecurso" com as análises mais elaboradas.
 
Já vimos que o Dláigelles Silva reprisa seu papel como Yukichi Fukuzawa.
E eu sempre gosto quando o estúdio consegue manter os profissionais, porque a gente acaba se apegando àquela voz para o personagem.
A novidade agora é o Caio Guarnieri fazendo o secretário.

Algumas falas nesse 1º episódio são complicadas, tanto para encaixar na legenda com o tempo de tela como na boca dos personagens, e não tem muito o que fazer além de gritar mentalmente com o roteirista japonês. Por isso, algumas falas podem parecer muito arrastadas ou estranhas.

CHEGOU A ALEGRIA DO DIA! O DONO DA PATIFARIA! EDOGAWA RA— RAPHAEL FERREIRA!
 
É, o texto e a movimentação da boca do secretário deixam a interpretação do Caio um pouco mais arrastada em alguns momentos. Em compensação, o Ranpo parece uma matraca-metralhadora.

"Então isso quer dizer que o Caio não é bom e o Raphael é melhor?" - Errado, leitor. Os textos são diferentes, pois se tratam de personagens diferentes, e esse episódio de Bungou estava especialmente desgraçado.

Aliás, na parte do "flashback" que dura os três primeiros episódios, tem uma quantidade de explicações enorme com tempo de tela muito curto ou frases menores com tempo de boca muito longo. Essas discrepâncias não têm tanta gravidade na legenda, mas podem afetar a dublagem.

Nesse caso, não tem muito o que fazer.
 
Lembrando que a animação é feita exatamente para o texto original, enquanto a tradução pode encurtar ou acrescentar a quantidade de fala. Aí entra em ação a pessoa que adapta o texto para a dublagem. Preferencialmente ela deve fazer as falas caberem no tempo de boca, com suas pausas e movimentações.

Por isso às vezes você está lá assistindo um anime e o personagem pausa numa hora nada a ver e prossegue a conversa.

Isso é culpa do adaptador? Assim, acho complicado colocar a culpa em quem adapta quando o material "não ajuda".
 
Os japoneses têm umas pausas meio estranhas e em alguns animes isso fica muito aparente no tanto que se repete.
 
Um exemplo que posso dar de cabeça é o The Ice Guy and His Cool Female Colleague, que não recebeu dublagem no Brasil, só que teve legendas em português (e eu também trabalhei na equipe de localização).
 
Tem uns momentos em que os personagens falam, tem uma pausa que parece durar cinco anos, e depois elaboram o resto da conversa. Se bem que, normalmente, não cortava a frase de modo estranho.

De qualquer forma, tanto o tradutor quanto o adaptador da dublagem vão fazer o que for possível para dar algum sentido ao texto, que NEM SEMPRE vem com sentido.

Sobre o Caio, apesar do texto atrapalhar um pouco, ele tem naturalidade e fluidez na interpretação, que são os fatores mais importantes na dublagem.

Naturalidade e fluidez são peças-chave para que você assista sem perceber que aquela série não é originalmente nacional. Porque se ficar muito destoante, você vai prestar mais atenção nesse problema do que na história e a série vai ter perdido a função ao receber a dublagem.
A criança queria brincar de sorteio do Baú da Felicidade (SBT).
Na cena depois que o Ranpo abriu a janela e fez o fuzuê dos papéis, dá para notar na voz do secretário certa irritação, do tipo, "cacete, vou ter que reorganizar todos os papéis, porque esse moleque não tem consideração pelos outros".

Mesmo no "Ai, por que fez isso?", você percebe que a intenção do personagem não era berrar com o Ranpo, e sim perguntar, meio conformado, por que a criança fez criancice.

Também é compreensível o comportamento do secretário depois que você descobre que ELE é o assassino. Ele parece levemente irritado, e não desesperado por que a presidente morreu ou empenhado como alguém em busca de justiça. Por isso a interpretação do Caio fica muito boa no secretário.

Gente, e eu que descobri que o Raphael Ferreira é paulistano por causa do "verdade" dele? AHAHAHAHAHAHAHAHAHA... Não sou lá a melhor pessoa para falar de sotaques e talz, só que às vezes fica bem óbvio quando é carregado... Não é o caso do Raphael, e sim do meu déficit de atenção que fica atento a aleatoriedades.

Ranpo tem mesmo cara de ser paulistano. Muito moleque metido, mêo.

Acho que os dubladores amam Bungou, pois tem umas cenas QUE NÃO TÊM BOCA. É só o boneco com a cara toda lisa!

"Aê, tio, cê tá moscando no trabalho" - Como é que eu posso ficar quieta depois de escutar uma frase dessas? OLHA O QUE O TEXTO NOS PROPORCIONA, SENÃO ZOEIRA EM SEU ESTADO PURO!

Te contar que eu nem lembro o que foi colocado na legenda e estou genuinamente com pregui— Abri o script e... BEM MAIS CRIATIVO O PESSOAL DA DUBLAGEM.

Assim, não que o estúdio necessariamente use o texto das legendas, porém...
Vamos voltar ao episódio, né?

Espera, o moleque usou as solas do sapato para engatilhar as armas? O QUÊ?!
Fukuzawa, tu deveria ter criado uma creche.

Quem é que dubla essa linda criança assassina? Marcus Pejon.
Parabéns, Marcus, fez a criança assassina mais linda desse desenho. Tem meus cumprimentos. Espero ansiosamente para vê-lo pedindo curry com cara de psicopata daqui a dois episódios. Abraços!

Eu vou ter mesmo que esperar até a próxima aparição de personagem novo para comentar sobre a dublagem, né? As interpretações do Dláigelles e do Raphael vou deixar para o Telecurso.

ENTÃO QUER DIZER QUE POSSO FALAR SOBRE A QUANTIDADE DE POTINHOS DE SOPA DE FEIJÃO VERMELHO QUE A PESTE DO RANPO COMEU, CERTO?

Muito bem, deixa eu aproveitar para contar que, quando fui pesquisar para saber de onde era o Raphael, vi que ele tem 30 anos e essa voz de moleque metido a detetive. Não é doido isso?

Não pela idade, e sim pelo fato de que voz é um negócio tão doido que não importam as características da pessoa, ela pode "emprestar" para todo o tipo de personagem, desde que combine.

Acho que esse é um dos detalhes que mais me fascina na dublagem: o potencial da voz.

Na real, não deveria ficar tão surpresa quando temos Masako Nozawa dublando Goku, Gohan e Goten de Dragon Ball Z, sendo o último um pitico.
Dublagem é legal demais!!!

Rapaz, contei 19 tigelas.
RANPO COMEU 19 TIGELAS DE SOPA DE FEIJÃO VERMELHO!
GURI FAMINTO DA MOLÉSTIA!
Sim, leitor, vai ter muito print do Ranpo, pois preciso homenagear crianças abestadas nascidas em 21 de outubro. É minha meta como blogueira.
Então... Falando de vozes joviais... Na primeira vez que eu vi este episódio (sim, vi na época em que saiu), não tinha gostado muito da escolha da voz da Egawa, gerente do teatro.

Agora que a minha memória auditiva para personagens menores se foi junto com a temporada de janeiro, não parece tão destoante.

Já fui o tipo de fã insuportável que não aceitava bem certas escolhas de vozes, no entanto, mesmo sendo essa blogueira desajuizada, gosto de pelo menos fazer o meu trabalho de forma decente. Portanto, para analisar uma dublagem brasileira conhecendo a versão japonesa, acredito que o melhor é se focar nas características do personagem e ver se tudo combina.

Ainda que na minha cabeça a Egawa seja uma mulher nos seus quase 30 anos, 26~28 talvez, e a voz da Luiza Porto me lembre alguém entre o final da adolescência e o começo da juventude, o resultado ficou bom.

Quando a voz não combina ou não traz o efeito desejado, a culpa não é de quem dubla, e sim de quem escolheu a voz, que no caso é o diretor de dublagem.
Não estou dizendo que o diretor de dublagem errou ao escolher a Luiza e muito menos que ela não é uma boa profissional, mas para mim ainda soa um pouco jovem demais, principalmente quando a entonação é mais aguda.

No Telecurso explico como uma voz é escolhida para determinado personagem e quais são os profissionais envolvidos numa dublagem.
Calma, DEIXA EU TERMINAR O EPISÓDIO!

Ah, agora vai brotar personagem secundário... e como eu xinguei o roteirista japonês enquanto trabalhava... *mãos juntas em oração*

Tokio Murakami, o ator enjoado. Ou anêmico? ehehe~

Bom, os secundários, que são papéis menores, não são creditados com "cara + crachá", então devem estar nas vozes adicionais da página na Dublapédia.

"Nossa, eles têm batatas fritas!" - Chorando cada vez que o Ranpo brasileiro abre a boca. ESSA CRIANÇA PRECISA SER PROTEGIDA A TODO CUSTO!

É interessante ver a mudança de tom no Ranpo quando está sendo tipicamente exibido e depois que ele cai com o poder do Fukuzawa, e isso se reflete muito bem na interpretação do Raphael.

Bom, o episódio terminou e agora os trabalhos começam DE VERDADE!
Vamos com o Telecurso da Insanidade - POR QUE EU TENHO ESSAS IDEIAS TRABALHOSAS? POR QUÊ?! Ah... Porque se trata de BUNGOU STRAY DOGS!

A maldição que é ser viciada nessa série. Simplesmente não me poupa trabalho.

Certo, leitor, não vou ficar aqui remoendo minhas trezentas toneladas de desespero, traumas e raivas. Vamos falar de coisa boa, VAMOS FALAR DE DUBLAGEM!

Você sabe como um anime vai parar num estúdio de dublagem e chega todo abrasileiradinho no serviço de streaming? COLA AQUI QUE A TIA EXPLICA!

Anime Dublado - Fase 1
Os direitos de um anime pertencem a uma empresa. Ela pode explorar comercialmente o produto, inclusive negociando com empresas de outros países, como sites de streaming.
 
Quando o site de streaming recebe o direito de colocar esse anime no seu catálogo, ele pode traduzir para gerar legendas e pode dublar. É bom entender que há uma série de cláusulas específicas nos contratos e interesses da empresa de streaming envolvidos, que podem permitir ou não a dublagem de determinado produto.

Bom, a partir do momento em que a empresa decide que vai dublar o anime, ela se torna o "cliente". E é ele que vai pedir orçamentos aos estúdios de dublagem. Aquele que tiver o melhor custo-benefício, é escolhido, firmam um contrato e os trabalhos começam no estúdio de dublagem.

Anime Dublado - Fase 2
O estúdio de dublagem recebe os materiais e começa a procurar dubladores por meio de audições ou contato direto.
 
Em algum momento por aqui, o tradutor e o adaptador já devem estar trabalhando.
 
Nesta fase, para que a dublagem saia do jeito que vimos neste episódio, trabalham: diretor, técnico de som/técnico de captação/técnico de edição, controle de qualidade, tradutor, adaptador do texto para dublagem e dubladores.

O diretor é o responsável por escolher as vozes de cada personagem.
Como Bungou voltou para a 4ª temporada e várias vozes já foram escolhidas, o diretor verifica a disponibilidade dos dubladores. Qualquer um que não possa voltar por algum motivo, é substituído por um profissional igualmente competente.

O diretor pode fazer contato direto com um dublador se ele achar que aquela pessoa combina com determinado personagem. A partir daí, o dublador é chamado para gravar um teste. O teste é enviado ao cliente, que aprova ou pede um novo teste com o mesmo profissional ou com outro. Aprovado pelo cliente, aquele dublador fica responsável por um personagem.

O diretor pode fazer audições, recebendo vários profissionais que farão testes para os personagens. Esses testes são enviados ao cliente, que aprova ou desaprova naquele mesmo esquema acima.

Anime Dublado - Fase 3
Todos os dubladores foram escalados. Hora de começar os trabalhos de fato.
O estúdio marca os horários com os profissionais, que vão até lá ou gravam de forma remota, recebendo orientação do diretor.

As gravações são feitas num espaço dividido em dois ambientes, a sala acústica onde fica o dublador sozinho e a sala onde ficam o técnico de som e o diretor de dublagem.

Depois que todas as falas do episódio são gravadas, elas são mixadas e enviadas ao cliente que disponibiliza dentro do seu serviço de streaming.

- FIM -
Esse menino é definitivamente UM ACONTECIMENTO.
Todo esse esquema descrito acima sobre a dublagem foram tiradas de anos de curiosidade sobre o assunto e entrevistas com dubladores. Ou seja, a situação pode ser um pouco diferente, tendo etapas a mais ou a menos.

Eu não trabalho com dublagem, então não sei o sistema exato.
Não sei se as informações que tenho como revisora de legendas, a respeito de como trabalham a empresa de streaming e a dublagem, são sigilosas, portanto, vou omiti-las.

No dia que eu for amiga de alguém que duble e tiver intimidade o bastante para perguntar sobre isso, atualizo essas informações.

Muito bem, falemos do elenco!

Yukichi Fukuzawa é dublado por Dláigelles Silva.
Edogawa Ranpo é dublado por Raphael Ferreira.
O secretário é dublado por Caio Guarnieri.
Sakunosuke Oda jovem é dublado por Marcus Pejon.
Egawa, gerente do teatro, é dublada por Luiza Porto.
Tokio Murakami é dublado por Olavo Cavalheiro.
O diretor de dublagem da 4ª temporada é Wilken Mazzei e o estúdio é UniDub.

Dada a situação desagradável e degradante que o presidente anterior deixou no país, vou me abster de comentar qualquer coisa relacionada a dubladores que sejam apoiadores dele. Apesar do meu total desgosto e repugnância por aquela besta genocida, o foco aqui é a dublagem. Qualquer coisa, o Google está aí. ;D

Dito isto, falemos dos profissionais que apareceram neste episódio.
E como eu sou mais ou menos organizada, vou dividir por partes.

Fukuzawa e Ranpo
Tanto o Dláigelles quanto o Raphael voltaram aos seus papéis nesta nova temporada. O Dláigelles fazendo o Fukuzawa e o Raphael fazendo o Ranpo.

Neste episódio dá para ver que os dois estão confortáveis em seus papéis, trazendo um ótimo resultado ao trabalho.

O Fukuzawa é um homem com um passado obscuro, como já vimos em alguns flashes aqui, e está tentando começar uma vida mais regrada e correta. É um homem com seus trinta e poucos anos, sério e reservado.

Acho que o Dláigelles foi uma boa escolha por ter uma voz mais madura e que passa tranquilidade. Mesmo em momentos de tensão, ainda fica dentro do que a gente esperaria de reação.

O Ranpo é um adolescente de 14 anos que perdeu os pais e tem a língua solta. Por ser muito inteligente e perceber detalhes que os outros, principalmente os adultos, não notam, acaba não tendo muito filtro e não sabendo conviver em sociedade. Mesmo parecendo ser "cheio de si", ele não faz isso por mal. E sua inocência nesse quesito às vezes irrita.

O Raphael pegou bem o espírito do Ranpo desde a 1ª temporada.
Você percebe que a voz mesmo jovial, é cheia de energia de um moleque que não para quieto e que sabe fazer e acontecer.

Quando eu falo da "voz combinar", é exatamente isso que eu espero: que a voz passe as características que eu consigo perceber quando a história está sendo contada. Por isso a interpretação do ator de voz é tão importante nesse tipo de entretenimento.

E um dublador é um ator de voz.
 
Secretário e Odasaku jovem
A coisa que eu mais amo nessa temporada é que tivemos mais umas gotas de
alegria com o Odasaku. TÃO PITICO. TÃO FOFO. Tão assassino...
Eu chamo de "Odasaku adolescente", mas não faço ideia se esse pivete tem mesmo idade de adolescente ou é pré-púbere. Só sei que se veste bem.
Bom, o secretário e o Odasaku jovem são participações pequenas.
O Odasaku ainda volta em outro episódio, só que o secretário foi de bunda pra cima, marca registrada de Bungou.

Já apareceram três Odasakus diferentes neste anime: o adulto do Arco da Dark Era/Era das Trevas, o jovem que encontrou com o Souseki Natsume e esse pirralho da 4ª temporada.

Em japonês, a versão adulta foi dublada pelo Junichi Suwabe e as duas versões mais jovens pelo Yuuto Uemura.

Na versão brasileira, o adulto é dublado pelo Glauco Marques, o jovem do livro do Natsume é dublado por Vitor Mello e o pitico aqui pelo Marcus Pejon.

Agora vamos explicar o porquê das coisas.

O Odasaku nessas três versões aparenta idades diferentes.
O pitico da 4ª temporada ainda trabalha como assassino e o jovem do livro da 2ª temporada é um pouco mais velho e está para largar esse ramo. Para mim faz total sentido escolherem outro dublador. Se foi proposital, se o Vitor não podia ou se foi porque alguém esqueceu, FICOU BOM E FEZ SENTIDO.

A voz do Marcus Pejon combinou muito bem com o Odasaku adolescente, porque passa a jovialidade do personagem. A tristeza é que foram apenas DOIS CENTAVOS de voz, porque o moleque abriu a boca para duas falas e olha lá.

Sim, uma das falas ficou corrida no final e essa é a mesma questão do secretário: fala comprida e pouco tempo de boca.

"Kimono, o que fazer para diminuir as falas?" - A pessoa que adapta o texto do tradutor é responsável por isso. Ela precisa encontrar caminhos para encurtar a frase ou alongar sem perder o sentido. Quando dá para usar um sinônimo menor que a palavra original da tradução, ok. E quando não dá? Aí tem essas correrias.

Volto a falar do Marcus Pejon no 3º episódio, que é quando o Odasaku pede curry com cara de psicopata. hahahaha
 
O Caio Guarnieri também fez um bom trabalho, apesar dos problemas já apontados anteriormente, que não são culpa dele. A interpretação ficou boa, juntamente com a naturalidade e a fluidez.

A voz também combinou com o personagem.

Aliás, é importante reforçar que, não é por que um personagem é secundário que a escolha da voz não é importante. Se colocar qualquer pessoa e o resultado ficar estranho, o trabalho terá perdido a naturalidade.

Egawa e Murakami
Bom, já dei minha opinião sobre a escalação da Luiza Porto na Egawa.
Gosto da voz dela e a interpretação ficou muito boa.
 
Aliás, um adendo importante sobre este episódio: todo mundo manteve uma interpretação mais natural.

Se o leitor já viu vários animes dublados, sabe que vira e mexe tem alguns dubladores que parecem encontrar dificuldade para interpretar essa mídia.
O que eu acho totalmente compreensível. O idioma original é bem diferente do nosso, como a própria formação das frases, por isso às vezes encontrar o "tom" dentro de um personagem de anime pode ser complicado. E isso não acontece só com profissional novo na área.

Por conta disso sou a favor de criarem um curso de dublagem focado em animes.
Principalmente para os diretores de dublagem e os próprios dubladores evitarem imitar certos "cacoetes" japoneses, como: os gemidos e grunhidos.

É um negócio que sempre comento nas análises de dublagens no Carnaval.
O brasileiro geme de um jeito diferente do japonês. Então não faz sentido seguir o original. Se a dublagem propõe trazer uma "versão brasileira", grunhidos e gemidos devem ser abrasileirados também.

Em animes, os personagens costumam gemer e grunhir muitas vezes numa mesma cena, seja de dor, de desconforto, de prazer (!!!). Já o brasileiro não fica de "ãh... ahh... ah... hummm..." só porque as costas estão doendo. A gente solta um muxoxo ou dois e olhe lá.

Bom, voltando a Bungou, o Olavo teve poucas falas e mesmo nelas encarnou bem o Murakami. O cara é ator principal, leva a sério o seu trabalho, tem certa arrogância de protagonista da peça, mas é consciente quando o Ranpo diz que achou o roteiro chato.

O personagem tem essas nuances e dá para perceber quando a voz do Olavo muda na crítica do Ranpo.
Queria eu ter trinta e poucos anos, belos cabelos grisalhos, saber manejar uma espada e adotar um adolescente genial e exibido pelo caminho.
Versão japonesa X versão brasileira!
Não, galera, isso não é uma luta. O título do tópico é uma isca fajuta para te explicar que, ao analisar uma dublagem brasileira, erra de forma grotesca quem compara as vozes originais com as brasileiras.

Adoro o Hiroshi Kamiya no Ranpo, mas nem por isso o Raphael Ferreira deve ser menosprezado. Quem faz isso não é fã de dublagem e não está querendo criticar, só apresentar seus gostos pessoais.

Sim, você pode não gostar da voz de um e preferir o outro, o nome disso é "gosto".
O que fica tosco é enaltecer um desprezando o outro só porque... você acha que sim e ponto final. O nome disso novamente é "gosto" e não apresenta um motivo real para a reclamação.

O Raphael é um ótimo profissional, pegou bem o personagem, entrega uma ótima interpretação, traz naturalidade na fala e fluidez, além da voz combinar com o personagem. <- Isso aqui é análise.

O Caio Guarnieri, apesar de ser um ótimo profissional, entregar uma boa interpretação e trazer naturalidade na fala e fluidez, teve problemas com o texto que acabou arrastando um pouco as falas. <- Isso é análise e crítica.

Ainn, Hiroshi Kamiya muito melhor!!! <- Isso é gosto pessoal.
E "picuinha", porque se você gosta, ok. Não precisa menosprezar ninguém para dizer que gosta do trabalho de uma pessoa.

A única situação de "versão japonesa X versão brasileira" válida é quando você vai comentar a diferença das interpretações dos personagens, como fiz em Love of Kill, em que tínhamos na Chateau japonesa uma falta de emoções quando a personagem possuía pequenas nuances. Coisa que a Chateau brasileira supriu muito bem, "encorpando" a personagem na versão brasileira.

E, como comentei no próprio post, a culpa não é da dubladora, o diretor de dublagem é responsável por passar as diretrizes à profissional e aprovar ou desaprovar o resultado da gravação. Se passou, foi porque o diretor aprovou.

"E o Glauco"?
Gente, eu não esqueci do Glauco, não!
Acontece que o personagem dele apareceu só com... A VOZ!
Voz sozinha não ajuda muito, então vamos esperar para ver o pateta do Fukuchi, que daí a gente vê se ficou bacana, se sentimos saudades do Odasaku adulto, se combinou, não combinou... SAUDADES DO ODASAKU ADULTO!

Só sei que eu quero muito ver o Fukuchi falando em português que PODERIA ESTAR PEIDANDO NA BASE DOS CÃES DE CAÇA e deixar seus subordinados fazerem tudo.

PEIDANDO.
Não é possível, Bungou Stray Dogs.

Pronúncias
Neste episódio a maioria das pronúncias de nomes estrangeiros estão corretas.
A minha única questão é com o Tokio Murakami, que deveria ser "tô-quí-ô" em vez de "tó-quí-ô". Ficou parecido com a pronúncia da capital do Japão.

É compreensível que quem não esteja acostumado com termos e nomes em japonês fique perdido. Para isso existe uma lista de pronúncia que os dubladores usam como guia.

Claro que às vezes o pessoal se embanana. No entanto, é importante que haja uma uniformidade, ou seja, que todos usem a mesma pronúncia.

Não adianta uma pessoa falar "tô-quí-ô" e o resto falar "tó-quí-ô" ou "tó-quí-ó".

São detalhes que atrapalham a fluidez e continuidade da dublagem.
 
Bom, espero que vocês tenham gostado da novidade no blog.
Para a infelicidade de todos os cães, sejam sem dono ou de caça, EU SOU A MAIS NOVA DONA DO CANIL E VOU GARANTIR A DIVERSÃO!
 
Quando vem a próxima análise? Aí você já está querendo saber demais... *esconde o desespero*
 
Este anime foi assistido na Crunchyroll

Nos vemos no próximo post de Bungou Stray Dogs 4 (DUBLADO)!

Por Kimono aquela que vive tendo ideias e esquece que também precisa ter a combinação de tempo e energia, coisa que me falta muito - 19/04/2023

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