quarta-feira, 10 de maio de 2023

HAORI DUB: Bungou Stray Dogs 4 - #02 (DUBLADO)

Quando a 4ª temporada estava passando, os episódios de Bungou saíam toda quarta-feira. Bem por acaso eu comecei esses Haoris dublados também numa quarta-feira, então...
 
TEJE INSTAURADA A "QUARTA-FEIRA DE BUNGOU BR"!
Lembrando que: CONTÉM SPOILERS!
 
Análise do episódio anterior.
 
Bungou Stray Dogs 4 (DUBLADO)
2º episódio
Olha a criança entediada, pois a peça é chata para ela e não para os adultos.
Opinião: É, mas nem toda quarta-feira tem Bungou, viu?
Teremos hiatos programados, Dobradinhas, posts de outros animes e por aí vai...

As informações mais importantes sobre a dublagem brasileira foram dadas na análise anterior, por isso não vou repeti-las.

Só o que acho legal reforçar são os temas recorrentes nas minhas considerações e o que eles significam.
 
Chupinhado de MASHLE BR, porque ficou bom lá:
Eu sei que você quer muito saber se a dublagem ficou legal, quem emprestou a voz para quem e mais uma série de comentários pertinentes, só que antes disso é necessário explicar o que esta análise busca comentar.
 
Interpretação
Esse tom serve para essa fala, contexto e expressão do boneco (personagem)? A emoção passada em determinada cena está correta ou deveria ser outra?

Sempre lembrando que um dublador é um ator de voz.
 
Naturalidade e fluidez
Um diálogo numa série deve passar a mesma naturalidade de um diálogo na vida real. Assim como qualquer outra interação e leitura do texto traduzido e adaptado.
Se o personagem não fala... todo. Pausado. E... com... Ca. Co. E. Tes. O mesmo não deve acontecer durante a interpretação do dublador.
 
Se a voz combina
Apesar da competência dos profissionais, não dá para escalar uma pessoa com uma voz madura, de alguém de 30 anos para cima, em um adolescente de catorze. Fica estranho.
Isso não tem nada a ver com a idade de quem dubla, e sim a idade que sua voz transmite.
 
Pronúncia de nomes/lugares/termos
Sim, leitor, eu sei que nomes japoneses são incomuns fora do nicho otaku e que até mesmo jornalistas renomados ainda erram ou pronunciam daquela forma quebrada e horrível. E isso também acontece com outros termos estrangeiros.
 
No entanto, para que a dublagem passe naturalidade e seja fluída, os dubladores precisam falar da forma correta (ou pelo menos mais próxima possível da correta).
 
Também poderei comentar alguns detalhes, como: as diferenças entre as versões (na questão de vozes e interpretação), adaptação do texto, o cotidiano de trabalho dos dubladores brasileiros e qual é o processo da dublagem do contrato ao resultado.
- - - - -
Certo, agora vamos ao episódio!!!
 
Às vezes tenho a vontade sincera de não fazer esse tipo de texto, porque eu sou chata, minuciosa e bastante crítica. E, ainda por cima, gosto de levar em consideração o esforço e o trabalho das pessoas, acreditando que elas deram o seu melhor, porque não vale a pena estar sempre desconfiada de um profissional. Por isso dou o benefício da dúvida.
 
Porém, críticas nem sempre são bem-vindas e é compreensível que as pessoas gostem de manter seu ego alimentado de forma que nada fique desequilibrado.
Eu também sou assim.
Ranpinho colorido depois do Fukuzawa mostrar a ele que o mundo não é tão sombrio.
E o que todos nós devemos aprender é: escutar as críticas reais, que não são pejorativas e rancorosas, e que buscam indicar um melhor caminho a ser tomado.
Infelizmente não somos perfeitos, mas a boa notícia é que podemos melhorar.

Por que estou trazendo esse discurso nos primeiros segundos de episódio? Por me sentir culpada em fazer críticas. O incrível paradoxo da blogueira de animes.

Dito isto... A dubladora da moça do cabelo longo, que começa a cena do episódio, não soou natural. O tom destoou com o da colega, que dublou a moça de cabelo chanel.

Não sei se a dubladora quis dar um ar de teatro (ou foi instruída pelo diretor de dublagem para tal), e até compreendo por que essa opção foi escolhida, contudo, acredito que um tom mais natural, inclinado para o drama (sem exageros), teria funcionado melhor.

"Mas ela não tentou ser dramática?" - Sim, só que num tom mais teatral e menos real.

"Kimono, se trata de uma peça... teatral" - Se o tom é exagerado para esse fim, ele fica caricato, e o intuito dessa peça é mais sério. A única pessoa que trata como patifaria é o Ranpo.

É, o Murakami também foi nesse estilo e o ator que aparece na 1ª temporada como o taxista do caso dos sequestros em Yokohama.

Lembra disso, leitor?
Lá pelos episódios 6 e 7, a Agência estava investigando casos de sequestro de gente que estava visitando Yokohama. É bem quando somos introduzidos ao Rei Azul e ao incidente da bomba que matou o pai do hacker lá.

Lembram do taxista? Ele disse que tinha tentado seguir a carreira de ator, mas como não deu certo, ele foi para esse ramo.
No episódio passado desta temporada, o homem diz que, se não desse certo a carreira de ator, viraria taxista.

UM FIGURANTE REAPARECENDO COMO FIGURANTE. Fantástico.
Adoro quando os autores não esquecem uns personagens aleatórios e botam de volta na história (mesmo que seja em flashback).

Enfim, sobre o episódio, a única que não ficou estranha na tentativa de parecer dramática na peça, foi a moça do cabelo chanel.

Eu fui dar uma olhada no Dublapédia para ver se encontrava nomes e... não constam créditos específicos para esses personagens.

VOCÊS NÃO SE IMPORTAM COM OS FIGURANTES? EU ME IMPORTO!!
É o mesmo sofrimento que eu passo com o My Anime List, quando um dublador que reconheço a voz não aparece creditado no site, pois é uma participação ínfima.

Se bem que no caso de dublador japonês, dá para ver os créditos no encerramento.
Por que não tem uma tela final com os créditos para os dubladores brasileiros? É uma falha grave das empresas brasileiras que detém o direito da dublagem e uma falha AINDA MAIS GRAVE se as empresas estrangeiras não dão esse espaço ou não permitem esse tipo de coisa.
A criança sem autoestima, que se achava a criatura menos afortunada do mundo, descobriu os botões certos para ativar o ego e olhar ao redor de outra forma.
O trabalho do Raphael nessa cena do Ranpo dizendo que vive num mundo de monstros ficou incrível. Deu o mesmo peso da versão japonesa e não ficou caricato. Dá para sentir o sofrimento do Ranpo, dessa sensação de ser "deixado de fora".

O que eu mais gosto em Bungou, é que rolam umas cenas importantes com carga dramática no meio do público e... O PÚBLICO FICA TODO CURIOSO, OLHANDO PRA CENA, PROVAVELMENTE SE PERGUNTANDO O QUE CARAMBOLAS ESTÁ ROLANDO COM ESSE PESSOAL.

Os textos do Fukuzawa e do Ranpo nessa conversa sobre poderes e paranormais é muito tranquilo. Apesar de ser um calhamaço de explicações, o tempo de boca e a quantidade de texto estão cômodos. Não tem nada soando apressado ou arrastado e isso é sempre bom.

Eu sempre rio dessa papagaiada do Fukuzawa e desse óculos que ele teve que comprar junto com outras coisas numa lojinha. EU RIO DESSA JOÇA EM QUALQUER IDIOMA, PORQUE É MUITO MERECIDO RIR DISSO!

Vai ser uma loucura quando tiver que analisar esse episódio legendado pro blog. CINQUENTA E OITO CAMADAS DE SOFISMO, MANIPULAÇÃO DE EGO E CRENÇA, AUTOESTIMA E PATERNIDADE. Estarei lascada.

EU NÃO AGUENTO!
EDOGAWA RANPO SENDO VERGONHA ALHEIA... se bem que o menino só tem 14 anos, né? Deixa o póbi sentir a emoção de ser protagonista da Shounen Jump.

Sim, leitor, este texto é sobre a dublagem, acontece que eu não tenho nenhum compromisso de escrever feito jornalista, então vou falar sobre como amo a abertura desse anime.

Tem uns que eu pulo sem piedade, agora tem outros que sou muito otária para pular...

Não consigo não rir com a pronúncia do nome do Murakami... "Tóquio" em vez de "To-quí-ô"... Bom, já falei disso no episódio anterior.

Aí que vem o nome... "Agência de DETETIVES ARMADOS".
Ainda assim, prefiro a explicação do filme Dead Apple, em que a agência realmente dispõe de um lugar com ARMAS de verdade para momentos extremos.

Bungou é uma piada boa.

O CAMARÃO E O PEIXE PARGO!

O tom da Egawa neste episódio está mais natural; provavelmente, pelo tom mais simpático da personagem.
 
A minha crítica no post anterior se deu pelo contraste da voz jovial com uma postura mais sisuda e, principalmente, a idade que a gerente do teatro aparentava.
Gente, essa é a gerente de teatro MAIS DE BOA mesmo depois do ator principal MORRER NO PALCO, NA FRENTE DE TODO MUNDO!
Nessa cena em que a Egawa conta ao Fukuzawa do encontro com o Ranpo, a interpretação ficou fluída e a voz da Luiza combinou com a personagem.
Talvez no episódio de estreia, a voz estivesse um pouco mais aguda ou tenha faltado uma sonoridade levemente mais grave.

O adolescente vergonha alheia, porém, genial: Edogawa Ranpo.

Aí você percebe, quando o Murakami é desmascarado, que a fala normal fora de apresentação, é mais natural.
Assim, eu sei que teatro tem um lance de exagero dependendo da cena e da peça, mas em casos como esse, em que a atuação não busca ser caricata, é melhor mirar em algo mais natural.

"Detetive, não! Detetive brilhante!" - Edogawa Ranpo e seu tom de superioridade bem pontuado pelo Raphael.

Ah, o policial e seu sotaque arrastado.
Na primeira vez que ele apareceu, mais cedo neste mesmo episódio, essa puxada do "s" já tinha me incomodado, só que como era uma cena curtinha resolvi não comentar. Agora que ele está com mais falas, ele tem se mostrado bastante carregado.

Fui conferir os créditos e o dublador é paulistano (nasceu na capital de São Paulo - "paulista" é quem nasce no estado). Apesar de muita gente zoar como o paulistano fala, tem gente que é naturalmente carregado e gente que nem tanto.

A impressão aqui é que o sotaque está mais forte em falas que o texto é muito curto para o tempo de boca, por isso o dublador "compensa" arrastando mais as palavras e deixando esse sotaque marcado.

"Se a polícia vai puxar o meu saco, agora é hora de aproveitar o meu momento" - Edogawa Ranpo e sua quantidade de ZERO RESPEITO pela polícia desde a 1ª temporada. ADORO e me sinto culpada no processo.

Fui conferir os créditos para ver o que era esse senhorzinho de óculos que trabalha na polícia e ele é inspetor. Mesmo com uma participação menor, a interpretação ficou natural e fluída.
 
Muito bem, leitor, o episódio terminou e agora é hora de fazer as considerações finais no Telecurso do Teatro - Mata um, some com outro, ressuscita um e esclarece o rolo!

Terrível tentativa de rimar. Desculpa.

Comecemos pelo elenco de dublagem, afinal, é para ele que tudo acaba convergindo.
Eu, se estivesse entre o público, tacaria um tomatão nele para combinar com a mancha de sangue na camisa. ISSO NÃO SE FAZ COM O PÚBLICO!
Jun Mitamura, o policial que levou o Ranpo de carona numa viatura, é dublado por Celso Henrique.
O inspetor é dublado por Cassiano Ávila.

E o avisinho básico:
Dada a situação desagradável e degradante que o presidente anterior deixou no país, vou me abster de comentar qualquer coisa relacionada a dubladores que sejam apoiadores dele. Apesar do meu total desgosto e repugnância por aquela besta genocida, o foco aqui é a dublagem. Qualquer coisa, o Google está aí. ;D

Neste episódio não tivemos uma grande adição de elenco, então foi razoavelmente mais tranquilo.

Apesar de certos equívocos, as pronúncias tiveram consistência, as interpretações em sua maioria soaram naturais e fluídas, e boa parte das vozes combinou com os bonecos.

Raphael e Dláigelles continuam entregando ótimos resultados como Ranpo e Fukuzawa, respectivamente. Foram boas escolhas de vozes.
E mesmo que ambos estivessem sem dublar esses personagens há algum tempo, não há nenhum déficit no trabalho.
 
O Raphael prossegue dando esse ar divertido de superioridade do Ranpo e o Dláigelles entrega um Fukuzawa compenetrado e, exclusivamente nesses primeiros episódios, tendo que lidar com a "paternidade".
 
Isso me lembra quando vi pela primeira vez a dublagem da 1ª temporada e as minhas impressões foram horrorosas.
 
Por que a dublagem ficou horrível? Não sei.
As minhas impressões foram ruins, pois eu estava com o elenco japonês grudado na cabeça e não tive boa vontade em dar uma chance aos brasileiros.
 
Gostaria de revisitar essa dublagem com a cabeça de hoje e ver se na época eu tive chilique (com certeza) ou algumas coisas faziam mesmo sentido (com certeza [2]).

Enfim...
SE acontecer, não vai ser tão cedo.
Muito provavelmente não vai acontecer, olha a quantidade de anime legendado que eu tenho que analisar.

Em questão de grunhidos e gemidos, este episódio também ficou tranquilo.

Se eu pudesse, REAL, falar com um dublador que dirige dublagens, pediria para ele espalhar a ideia de que os dubladores brasileiros deveriam gemer e grunhir como brasileiros, sem imitar os japoneses, pois sempre fica estranho, caótico e vergonha alheia.

Bom, se acontecer o milagre de ter um dublador lendo isso, POR FAVOR, pense nessa ideia!

Parece muito uma zoeira, já que nós brasileiros temos mentalidade de 5ª série, só que se você assistir a dublagem japonesa, vai ver que a duração e o tipo de grunhido é diferente. E isso fica ainda mais óbvio em programas de rádio (como o JujuTalk no Spotify), entrevistas ou vídeos dos canais do YouTube dos dubladores japoneses. Comentei melhor sobre isso no Love of Kill BR.

Sobre as pronúncias, o grande destaque ficou para o "Tokio" que saiu como "Tóquio".
Quando o adolescente decide ser doido na frente de todo mundo e o pai só faz aquela cara de "não acredito que soltei essa criança pra isso".
O que eu deixei de comentar no post anterior foi o "Ranpo".
Em japonês, o "ra" de Ranpo tem o mesmo som do "Ra" de camareira.
Pensando dessa forma, fica "Rân-pô" com ênfase na primeira sílaba.

Como desde a 1ª temporada virou "RRânpo" com "Ra" igual ao de , mantiveram a pronúncia, o que para mim faz sentido por conta da consistência.

Sobre as interpretações, já fiz os comentários pertinentes.
O Mitamura, interpretado pelo Celso, terá muitas falas no próximo episódio, então poderemos ver se foi uma situação pontual, tentativa de cobrir o tempo de boca por causa do pouco texto ou se é "assim mesmo".

Sotaques muito carregados me incomodam, pois atrapalham a minha percepção da interpretação. É como se o sotaque fosse usado para compensar a falta de interpretação.

Não acredito que exista um "sotaque neutro" (como defendem os sudestinos do eixo SP-RJ) e nem estou pedindo por isso. Mas se você presta mais atenção em como a pessoa fala e não na história, a mensagem se perde aí.

E, como frisei bem ali, é algo que me incomoda, pois destoa do restante dos personagens.

Se fosse TODO MUNDO com esse sotaque, seria consistente. Poderia me gerar algum incômodo, só que faria sentido.

Reforçando também que isso não quer dizer que o profissional é ruim ou que "estragou" o trabalho. De forma alguma. Acredito que o Celso Henrique é um bom profissional e que dedica ao que faz, não estou questionando a competência dele e de ninguém.

O problema principal, a meu ver, mora naquela velha questão do tempo de boca e tamanho do texto. A impressão é que o texto das falas do Mitamura nesse final de episódio eram muito curtas e o tempo de boca era muito maior. Isso prejudica qualquer profissional e, como adiantei no post anterior, não tem muito o que fazer.

Por mais que se adapte, nem sempre dá para enfiar palavras ou acrescentar muita coisa sem a frase perder o sentido ou ficar desnecessariamente longa.

E nesse bololô todo, ainda tem as pausas da movimentação da boca, as do texto...
É... Dublagem não é fácil, não. Aliás, o que é fácil nesta vida, hein?

Muito bem, pessoas, sobreviveram a mais uma análise? Alguém já mandou um pedido de cassação da minha carteirinha de fã de dublagem brasileira para o Sindicato dos Fãs de Dublagem? Sou tão horrível fazendo crítica, mesmo tentando ao máximo ser compreensiva e respeitosa?

E a pergunta mais importante do universo Bungou: VOU CHORAR DE ÓDIO NO PRÓXIMO EPISÓDIO POR CAUSA DE UMAS FALAS GIGANTÉRRIMAS QUE ME DEIXARAM LOUCA DE DESESPERO DURANTE AS LEGENDAS?
 
Aha...ha-ahaha... hah.
Rindo no puro suco de desespero.
Até uma próxima quarta-feira.
 
Este anime foi assistido na Crunchyroll.

Nos vemos no próximo post de Bungou Stray Dogs 4 (DUBLADO)!

Por Kimono aquela que queria poder dormir um dia inteiro e se sentir descansada... COMO FAZ? - 10/05/2023

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não é permitido aqui (ou seja, os comentários serão excluídos):
-Falta de respeito;
-Marketing (comentário genérico e marketing do seu blog);
-Ameaças (principalmente se incluir Cthulu);
-Links externos;
-E encheção de saco (aqui não é sua casa).

TENHA BOM SENSO!!!
É contrário a opinião do post ou de um comentarista, use argumentos e não bombas caseiras de recalque mais indiretas de cunho duvidoso.

P.S.: Eu costumo responder de forma humorada os comentários, então não ache que cada apontada de dedo é diretamente para o seu umbigo.

Obrigada e faça uma boa viagem na seção de comentários! o/