segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

GeGeGe no Kitarou (2018) - #19 e #20

DOBRADINHA DE FILHOS, porque é assim que eu gosto!
SÓ OS MEUS BEBÊS PARA PASSAREM UM ÓTIMO DIA COM A MAMÃE DOIDA!

E se preparem, pois o meu filho youkai volta na sexta-feira para MAIS AVENTURAS COM A MAMÃE!!!

Nos episódios anteriores... Kitarou e sua patota curtiam tempos de tranquilidade em Sakaiminato até que um antigo youkai voltou para atormentar o local. Depois disso vimos que a Mana Gata além de já ser maravilhosa por natureza, ainda tem um coração enorme... até mesmo com um youkai travesso.

É preciso preservar a memória de tudo o que foi feito de bom e de ruim, não concorda, Mana?


GeGeGe no Kitarou (2018)
19º episódio
Até você com esses óculos fora de moda, mas que te deixaram uma fofura ainda maior.
Opinião: Por acaso, mas muito por acaso mesmo, acabou rolando uma DOBRADINHA INESPERADA neste blog!

Sem querer acabei unindo três dos meus amados filhos: os paranormais e o youkai. Não sei se continuaremos nesse ritmo ou se as coisas mudarão daqui para frente, a única certeza que eu tenho é que... assisti MUITOS EPISÓDIOS DE KITAROU numa tacada só e o meu cérebro está fritando.

Quem não acompanhou o live-blogging sofrido da blogueira, vou explicar e, claro, encher a linguiça básica que vai fazer um peso extra no churras de final de semana.

Precisei adiantar os posts no meio da minha falta de tempo por conta de mais compromissos... E isso que ainda teremos o CarnaKimono, período do Carnaval em que solto dois posts por dia de feriadão com análise de anime, mangá e afins.

Se o leitor ainda não conhece essa maravilhosa tradição do blog, vá na seção Especiais e se delicie com a zoeira.

E tudo isso regado a poucas horas de sono, falta de tempo, um monte de coisa para fazer e desespero. É assim que funcionam as coisas hoje em dia para todo mundo.

Nah, os organizados não são "todo mundo".

Bom, acho que já deu de introdução, né?
Vamos falar sobre como é bom ser fantasma! Você pode dormir de manhã e não precisa ir à escola!

Um anime que passa num domingo de manhã para todas as idades e começa com um moleque atrevido reclamando do cursinho durante as férias de verão.

Na verdade, leitor, até aí ok. Defendo o direito à livre reclamação na internet.
O problema é que esse comedor de cocô diz em mensagens com os amigos que gostaria que o professor sofresse um acidente.

Não satisfeito de já ter feito um comentário merda, o babaca vai lá e diz que o melhor mesmo seria se ele matasse o professor.

Se você não está em Assassination Classroom, você não tem o direito de cogitar a morte de um professor. A não ser que queira descobrir como é a fila da pena de morte, e não do pão.

E isso que eu nem estou trazendo o problema para o Brasil, que sai da conversinha de zap e pode se tornar uma ameaça real.

E continuando no nosso solo tupiniquim, aqui ainda existe a opção de fazer aula à tarde, enquanto lá no Japão é regrado: começa de manhã, entra pela tarde e só perto do anoitecer o pessoal volta para casa. Bom, estou incluindo aí as atividades do clube e outras coisas, como limpar a sala de aula e a escola.
Ou talvez ela tenha UMA ANCESTRALIDADE YOUKAI, tipo eu. Vai saber...
Se você não sabe como são funcionam as coisas no Japão, vou ficar chovendo no molhado: deem uma olhada em vlogs de brasileiros que estudaram ou estudam lá. Ou simplesmente pesquisem na internet, ela está aí para nos informar o que não sabemos.

E como se a vida já não estivesse um puro problema, QUEM RETORNA DA TUMBA? ELE MESMO, GALERA! O TIO V DE VINGANÇA!

Neste episódio descobrimos que ele se "chama" Nanashi.
Sim, eu tenho ciência de que assisti este episódio anteriormente, só que por algum motivo, achei que "Nanashi" era 7 "nana" e 4 "shi".

Porém, ouvindo o discurso do próprio personagem, seria algo como "Sem Nome". BOM, SE O PROBLEMA É ESCOLHER UM NOME, EU JÁ FIZ ISSO! "V DE VINGANÇA"!

Só que o de Kitarou apenas, APENAS, está querendo desgraçar o maior número de gente possível.

Então...
Que o Japão é um país rígido e que pressiona a mente das pessoas, isso a gente já sabe. Agora imagine uma escola onde você pode aprender no seu tempo, de uma forma interativa, muito legal e ainda na parte da noite e madrugada?

Para uma boa parcela isso seria interessante... Se aqui não fosse quase trágico.

Lembra do começo da música de abertura de GeGeGe no Kitarou?
Pois bem, resolveram fazer uma escola "de fantasmas" para as crianças se sentirem à vontade e virarem o quê? SACRIFÍCIO, É CLARO!

Aliás, ô tara por sacrificar gente que esse povo tem! Deos Matoba me livre!

Melhor ainda, nem é isso, É O DISFARCE QUE O KITAROU USA!
SIMPLES ÓCULOS ESCUROS E TUDO BEM, NINGUÉM REPARA NAQUELA ROUPA, NAQUELE CABELO, NAQUELAS SANDÁLIAS DE MADEIRA!

Na verdade, existe uma explicação para esse tipo de "leseira" e que normalmente se aplica a super-heróis que não mudam muito de aparência entre a sua versão civil e a sua versão heroica.

Bom, é só você lembrar que várias vezes pessoas famosas andam por nós e acabam não sendo reconhecidas. É claro que não acontece com enorme frequência e quem tem olhos treinados rapidamente identifica a pessoa.

Sobre essa história do cursinho que a Mana estava comentando com o colega (Souma, que é ruim de matemática, hohoho), deve ser para fazer vestibulinho e entrar numa escola de Ensino Médio.

Tirei essa ideia da conversa que o pai do Seiya teve com o Minato em Tsurune (09). Eles estavam falando sobre o coleguinha estar estranho desde que prestou o vestibulinho para a Kazemai.

Não é culpa do vestibulinho, já adianto para você que talvez não assista o anime. Bom, deveria, porque ele é uma gracinha, fala sobre como superar seus problemas ao aprender mais sobre si mesmo, sobre os outros e como conviver com eles.

Ainda sobre a Mana, deu para perceber que não foi de graça que o V de Vingança colocou aquela marca de kanji de árvore (木) nela. Ainda mais depois de vermos um pouco mais daqueles flashes de uma mulher com os olhos dela sendo perseguida por pessoas que querem matá-la.

Será que ela é uma espécie de pessoa amaldiçoada? Terá algo a ver com os ancestrais dela? Será que ela tem sangue youkai ou coisa do tipo?

Adoraria, leitor, ficar aqui bolando altas teorias malucas, no entanto, meu cérebro não é tão mágico assim. Vamos com calma. Uma coisa de cada vez.

Principalmente, porque essa situação ainda é muito misteriosa.

Muito bem, agora vamos comentar sobre como até mesmo o mundo sobrenatural é cheio de regrinhas para fazer suas macumbarias acontecerem.

Para acessar a tal escola de fantasmas é preciso ir num cemitério às três da manhã, na terceira rua e falar três vezes: "Sanmaidara Nagidara Moja no yokone ni kimo tsuita".

Cheguei a ter a curiosidade e inocência de jogar essa frase no Google, achando que poderia ser uma espécie de sutra... Sabe o que eu consegui lá? Um monte de Youko Kurama de Yu Yu Hakusho.

NÃO VOU RECLAMAR NÃO, PORQUE ESSE É UM HUSBANDO QUE TENHO MUITO AMOR E ESTIMA!

Será que se você segurar uma rosa vermelha perto de um matinho e falar essa frase três vezes, o Kurama aparece? Vou fazer isso no Parque da Independência! hohoho

Também pode ser alguma piada interna ou... uma escolha aleatória de sílabas. A princípio não é nada macabro.
Esse Pai Olho precisa ser mais crente na cegueira seletiva dos outros!
Macabro mesmo é CRIANÇAS saírem de CASA DE MADRUGADA para fazer essas estripulias. Sério, quem em sã consciência vai se arriscar no meio da rua a essa hora para ver se rola mesmo?

Uma informação muito importante aqui é do Pai Olho sobre a morte dos youkais. Aparentemente eles não morrem, apenas perdem seus corpos. Depois de alguns meses ou anos eles conseguem reunir energia suficiente para terem novamente corpos.

Não sei como funciona essa definição, já que, por exemplo, a mãe do Kitarou morreu e não voltou à vida. Bom, será que isso estaria ligado ao quanto de energia espiritual cada criatura tem? Talvez ela tivesse usado o seu restinho para dar à luz ao filho.

Bom, teorias e mais teorias.
Se me deixarem aqui, ficarei mirabolando ainda mais, então vamos seguir.

Os youkais que voltaram para essa empreitada foram Futakuchi Onna, Tantanbou, Kamaitachi e Miage-Nyuudou, sendo os três primeiros do episódio do Castelo Youkai e o último do segundo episódio, se não me engano.

Foi pelo Tantanbou que o Kitarou ficou sabendo sobre o Nanashi.
Que fez questão de aparecer até no final do episódio, murmurando seu discurso sem sentido com aquela voz medonha.

Aí eu fiquei pensando, depois de ler toda aquela conversa, que ele poderia ser talvez um espírito criado por alguém que desejava ter sua vingança. Pelo menos foi o que deu a entender.

Seria a tal mulher com os olhos da Mana e que foi morta por um monte de gente?

Essa é a vida de blogueira, ficar fazendo teorias mirabolantes sobre o que ainda está por vir.

Bom, essa história não foi adaptada de nenhum capítulo da versão de 2007 da Kodansha que eu tenho aqui, então parece que Kitarou segue com o esquema "uma adaptação do mangá, uma história original".

Basicamente a lição do dia neste episódio, foi que é importante aprender, mesmo que não seja na escola. Que a vida pode se tornar mais difícil se você não sabe perceber as intenções e as mentiras por trás do que lê  do que escuta.

E também tivemos aí algumas críticas a metodologia japonesa de ensino, que descarta aqueles que não seguem o padrão e que preferem que todos deem um único passo do que um aluno apenas dê cem passos.

E ai dessa galera se a Mana não estivesse lá para se livrar do Miage-Nyuudou, hein?

Falando nisso, na vinheta para a propaganda, apareceu uma imagem da "Escola do Miage-Nyuudou". Existem alguns extras no começo dos volumes dos mangás da versão de 2007 da Kodansha, entre elas têm uma escola para fantasmas.


GeGeGe no Kitarou (2018)
20º episódio
Obon é um festival que cultua a ancestralidade e os entes queridos que já se foram. Seria uma mensagem especial elas florescerem justamente nesse período?
Opinião: A história de Yoka foi adaptada do 3º volume de GeGeGe no Kitarou (versão 2007 da Kodansha).

O autor de Kitarou, Shigeru Mizuki, participou de combates durante o período de guerra, perdendo o braço esquerdo e quase morrendo. Baseado nessa experiência, ele fez o mangá Marcha para A Morte que foi publicada pela editora Devir aqui no Brasil. O Video Quest analisou o mangá.

Infelizmente ainda não tive chance de pôr as minhas mãos no volume, então ficarei devendo possíveis boas comparações que talvez cairiam bem neste post.

Isso me lembra que eu deveria MUITO fazer uma resenha de Nonnonba (que eu já tenho) e Marcha para A Morte, quando for possível.

Neste episódio vimos um pouco sobre a crítica que o Mizuki-sensei fazia à guerra. Não vemos cenas da situação propriamente dita, mas o trabalho da equipe de produção com a arte, a movimentação de câmera, os pássaros sobrevoando a floresta à noite como se fossem caças e, principalmente, os sons, FOI BRILHANTE.

Mais um entre os vários episódios bem feitos de um anime que não é levado tão a sério, porque passar num horário que normalmente as crianças estão dominando a TV.

A mensagem é para que as pessoas não esqueçam o que significa a guerra e quais cicatrizes elas trazem consigo. É uma lição para as novas gerações, para que elas evitem repetir os erros do passado.

Vamos primeiro entender o contexto.
A tia-avó de Mana, Toshiko, acaba indo para o hospital por causa de um desmaio e a mãe da garota é chamada para ajudar, já que a mulher parece gostar bastante dela.
Imagina como não foram intensos os sentimentos do Sojiro pela Toshiko...

Toshiko é considerada a ovelha negra da família e é bastante firme.
Enquanto ela está no hospital, Mana e sua mãe vão buscar uma muda de roupa e se deparam com uma casa cheia de flores vermelhas.

Lá as duas acabam encontrando uma foto de 1942 da tia com o noivo, chamado Sojiro. Segundo o que a família contava, ela se apaixonou por um homem de Tóquio e até combinaram de se casar, só que o rapaz acabou desaparecendo.

Depois de enviar uma foto para a Mana Gata, ela recebe a visita de Kitarou, que revela que aquelas flores se chamam Yoka e brotam por causa de atividade youkai ou de um forte poder espiritual.

Pelo que contou a mãe da nossa humana favorita, essas flores costumam desabrochar quando está perto do festival obon. Já falei dele no episódio do Umi-zatou!!!

A relação fica ainda mais interessante e triste quando descobrimos a "nascente" das Yoka, depois que Kitarou e sua patota partem rumo ao sul, seguindo a rota das flores.

Depois de atravessarem a linha do Equador, eles encontram uma ilha bem tropical com um monumento em japonês homenageando os soldados mortos. Lá eles também encontram uma empresa japonesa de madeireira, que revela um pouco mais sobre as flores e a maldição dos Tubuan.

Segundo o Pai Olho, essa era a época da Guerra do Pacífico-Asiático, quando o Japão invadiu e lutou contra outros países. Existe uma desambiguação se você procurar diretamente no Google "guerra do pacífico", aparece uma do século XIX, que envolve países sul-americanos.

Coincidentemente essa guerra de expansionismo do Japão acontecia no mesmo período da Segunda Guerra Mundial.

Dando uma olhada no mangá, bem por cima, a história é levemente parecida com a apresentada no anime. Só que lá acompanhamos Kitarou, Ômi Rato e Kawauso ajudando a Hanako a encontrar a fonte das flores Yoka que cercam sua casa.

Pegando o barco-ostra, eles vão para uma ilha bem ao sul, e passando por lá veem os resquícios da guerra, como um tanque deteriorado.
Que episódio pesado, mas necessário. Sem glamorização da guerra e da violência.
Depois de procurar na raiz de uma enorme árvore, Kitarou encontra um esqueleto com um anel escrito "Hanada". Aquele era o pai da Hanako que morreu vinte e três anos atrás por conta da guerra. Do mesmo jeito que a filha chora por encontrar o pai falecida, a árvore perde suas folhas como se também chorasse a dor do triste reencontro.

Aqui é a Mana que faz o papel da Hanako, que é um pouco mais elaborado no anime, colocando ainda uma crítica em cima do capitalismo e da ganância sem medidas da empresa japonesa, que disse que extrair a madeira era uma necessidade e que tudo que ficasse no caminho deveria ser jogado fora.

Sim, no anime os chefões mandaram seus empregados japoneses jogarem fora as ossadas de ancestrais que lutaram pelo seu país.

Kitarou traz bastante dessa crítica da falta de respeito das novas gerações pelas tradições e sofrimentos dos mais velhos.

No mangá não há a presença dos Tubuan, mas fazendo uma rápida pesquisa, encontrei a sua contrapartida masculina, os Duk-Duk (em inglês).

Sim, parece que Tubuan seria o espírito feminino.
É parte da cultura do povo Tolai, na área de Rabaul da Nova Bretanha, numa grande ilha do arquipélago que faz parte da Papua-Nova Guiné.

Como os madeireiros começaram a cortar a floresta e até chegaram a mexer com a árvore sagrada do local, os Tubuan resolveram usar os barulhos da guerra para perturbá-los.

Debaixo das raízes, a patota do Kitarou encontra os esqueletos dos soldados japoneses e de um deles as flores Yoka saindo. Ele carregava uma carta consigo, revelando ser Sojiro, o noivo desaparecido de Toshiko.

Pelo que ele dizia na carta, a família era muito rígida com linhagem e não queria que ele se casasse com uma mulher que não aprovavam. Mesmo assim Sojiro queria se casar com quem ele amava, então os pais o obrigaram a se alistar no exército. Ele acabou sendo chamado para a guerra antes de poder avisar Toshiko.

Os passos que seguiam a Mana na floresta eram do soldado, que morreu com um sentimento tão forte de avisar a sua amada, que acabou fazendo com que as Yoka atravessassem o oceano e chegassem até a casa dela.

Por isso a provável relação com o período do obon.
Um momento em que a ligação entre os mortos e os vivos fica mais forte.
Quando a ganância faz com que um povo que normalmente respeita os ancestrais, tenha essa atitude... É hora de repensar os atos e o que realmente importa.
Bom, se os sentimentos humanos são capazes de criar assombrações poderosas, imagina o que ele não consegue fazer mesmo depois da morte. E esse é só uma das crenças japonesas.

Um episódio muito emocionante, daqueles que, se eu não fosse mestra de tearbending, teria chorado por uns bons minutos.

O autor de Kitarou foi um pacifista, uma pessoa que viveu a guerra e viu que ela não passa de uma briga de egos entre grandes nações e que envolvem infelizmente muitos inocentes.

É um episódio para ensinar as crianças e conscientizar os adultos.

Esse anime foi assistido na Crunchyroll.

Nos vemos no próximo post de GeGeGe no Kitarou (2018)!

Por Kimono Vermelho aquela que está contente por esta semana ter DOIS POSTS DE KITAROU NO BLOG! - 18/02/2019

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