Sim, leitor, se tem Somali com sua engenhosidade de criança, temos também a criatividade de uma Cabeçuda, uma Modelo e o gerenciamento da Deusa do Dinheiro, nossa estimada Kanamoney!
Nos episódios anteriores... o clube de audiovisual não só apresentou seu segundo anime, como teve dublagem ao vivo e direito aos pais da Mizusaki elogiando o trabalho da filha. Além do sucesso do festival cultural, as meninas precisam pensar mais alto e aí uma oportunidade de ganhar dinheiro para o clube surge. "Comet A", faça seu produto e o venda no evento. Agora só falta pensar nos pormenores...
Como você se adaptou tão bem a esse bando de doida, Doumeki?
Keep Your Hands Off Eizouken!
10º episódio
Expectativa versus Realidade dura como tijolo. |
Pena que esses dois animes terminarão num próximo post. A boa notícia é que meu quimono tem duas mangas meio compridas que escondem animes "tapa-buraco".
Provavelmente nem precisarei usar, pois outubro está logo aí e a temporada das folhas outonais também. Ainda assim, se o Japão investir mais em cacareco do que em história boa de verdade, ESTOU CHEIA DE IDEIAS PARA COMPLETAR A PROGRAMAÇÃO DO BLOG!
Aliás, algumas, se sobrar espaço, VOU ENTUCHAR AQUI, porque estou me CARCOMENDO para poder analisar e transformar a Limbosfera Otaku num espaço mais amigável ao bom otaku perdido.
Porque é como diz a lenda, leitor: se ficou perdido na internet e encontrou meu blog, definitivamente pegou o caminho errado. Compre um GPS.
Depois dessa mensagem que vai botar qualquer um para correr, vamos falar do que importa: ANIMES!
Continuar, depois de SETE ANOS, criativa para enrolar o leitor na introdução é algo assustador. Só quero ver o dia que a fonte secar e eu chorar em cima do post enquanto como bolacha de chocolate.
Sabe aquela música do Lulu Santos que fala "com passos de formiga e sem vontade"? Pois é, "Assim caminha a humanidade" pode muito bem definir o primeiro minuto do episódio.
Cabeçuda ainda pensando nos pormenores da história, Mizusaki esquecendo o trabalho de modelo e Kanamori tendo que organizar o ócio criativo das duas.
Entendo a preocupação da Deusa do Dinheiro com a fama da Mizusaki e consequentemente a situação do clube para conseguir recursos.
Vamos pensar nos tipos de otakus que existem no mundo.
Os mais instruídos, que entendem de animação e detalhes técnicos, comumente comentam em suas redes sociais sobre obras do autor tal, do diretor tal, do animador tal e afins. Sempre um nome importante ligado a essa indústria e que já fez fama no setor. É muito comum ver esse tipo de comentário entre a Blogosfera Otaku.
Existem também aqueles que gostam, por exemplo, de um ou alguns dubladores, procurando sempre assistir a série em que aquela ou aquelas pessoas trabalham e isso independe da animação e do roteiro.
Foquem nesses dois tipos de otakus e comparem com o que a Kanamori fez desde a promoção do anime do clube de robótica no post anterior. Ela se valeu desse recurso, de um nome já conhecido do público, para atingir as visualizações. A grosso modo, foi isso que aconteceu.
Manter a Mizusaki no trabalho de modelo é permitir que ela fique ainda mais conhecida e isso começo puxar espectadores. Com o tempo haverá uma fidelização do público, ou seja, pessoas acompanharão o clube de audiovisual não mais por causa da Mizusaki e sim pelo trabalho em si.
Kanacoach entende dos negócios.
Certo, além de usá-la para promover a obra, também pensam em buscar candidatos a dubladores com direito à nossa modelo como jurada nesse evento.
O problema é: para que isso aconteça é necessário ter uma ideia da história e Asakusa é tipo burro empacado, para tirar do lugar é difícil.
Fica rindo da coleguinha para ver se tu não apanha até o final do post, Cabeçuda. |
Independente de só fazer o roteiro, de transformar em animação, narração ou qualquer coisa que seja, me responda com a sinceridade no coração: QUEM NUNCA pensou em cenas soltas antes de fazer o "todo" da história?
QUEM NUNCA, não é mesmo?
O problema é que quando você tem prazos, como é o caso do nosso trio, e um projeto que envolve mais pessoas, é de extrema importância se organizar e botar algo no papel o mais depressa possível.
Ah.
Oi, Conselho Estudantil.
Parece briga de gangue rival, não parece?
Conselho Estudantil versus Kanamori.
A escola não quer que o clube ganhe dinheiro por fora.
POR QUÊ?
KANAMORI JÁ REFUTA GENTE DA IDADE DELA, IMAGINA O ESTRAGO QUE ELA NÃO FAZ COM ADULTO? Bom lembrar que no começo da bagaça toda ela levou um professor na conversa e conseguiu fundar o clube de audiovisual que só produz ANIME, mesmo já existindo "outro clube" de anime.
Representante da Escola 1: Olha, vocês não podem ganhar dinheiro externo com atividades do clube escolar.
Kanamori: E o festival escolar foi o quê? "Ganhar dinheiro externo com atividades do clube escolar".
Kanamori 1, Escola 0.
Representante da Escola 1: Ah, mas as atividades do clube são para estimular o trabalho em grupo e a criatividade dos alunos. Vimos o trabalho de vocês e ele ficou realmente incrível, algo admirável vindo de três estudantes do Ensino Médio, mas... vocês não podem ganhar dinheiro com isso, pois foge da proposta educacional.
Kanamori: Você está evitando nos explicar por qual motivo ganhar dinheiro com o nosso próprio trabalho NÃO É EDUCACIONAL.
Kanamori 2, Escola 0.
Minha opinião: a escola quer o monopólio das mentes criativas, impossibilitando que os alunos possam criar sua própria renda. É como se eles quisessem levar uma fatia desse bolo em que não ajudaram em nada. Só cederam a cozinha. O gás, os fósforos, os ingredientes, utensílios e receitas, ou seja, O MAIS IMPORTANTE, foram as estudantes que correram atrás.
"Ainn, Kimono, mas nesse seu pensamento, sem a cozinha não dá para fazer comida" - Hum... Será mesmo, leitor? AINDA BEM QUE AS PESSOAS QUE ACAMPAM NO MATO E NAS MONTANHAS LEVAM UMA COZINHA COMPLETA NAS VIAGENS, NÉ? NUNCA PRECISARAM IMPROVISAR E CONSEGUIRAM COZINHAR, NÃO É MESMO?
Ata, Mônica.
Representante da Escola 1: N-Não estou dizendo isso! A-Acontece que... o poder da amizade é o que importa! Isso vale mais do que dinheiro.
Kanamori: Você é burro?
Kanamori 3, Escola 0.
Kanamoney, já pode pedir sua música no Fantástico (Globo).
Hora de apelar para o que se tem em mãos, né, escola? O CONSELHO ESTUDANTIL, A GANGUE MAIS BEM PREPARADA PARA O DEBATE!
Essas duas podiam se tornar parceiras quando saíssem da escola. São muito engenhosas. |
Falemos então de recursos visuais.
Entendo muito dessa praia? Não, mas durante esses sete anos de blogagem as percepções ficaram mais aguçadas.
Sabe a parte em que a Kanamori cruza a perna e vemos isso por debaixo da mesa? Não é um take de tarado, apesar de parecer. É para mostrar como a única ali relaxada o bastante para continuar toda aquela conversa é a Kanamori. Bom, "relaxada" não seria bem a palavra. Digamos que ela não está levando aquilo a sério, é mais como se estivesse dando pouco valor.
Enquanto ela olha para o teto, sem encarar ninguém, mostrando desdém, Asakusa e Mizusaki estão tensas, normalmente olhando para frente. A Cabeçuda é pequena, então as pernas ficam suspensas, já a modelo tem os tornozelos cruzados e os dedos da mão.
Há necessidade de tantas mesas? Não, leitor, as cenas que mostram a distância entre o clube do audiovisual e os professores é proposital.
A disposição dos assentos, me lembra um gráfico.
Se olharmos de cima, temos o clube numa ponta e três diretores na outra.
Quem seriam os mediadores? O professor responsável pelo clube, que fica calado durante toda a discussão e o Conselho Estudantil.
Percebam que o professor do clube não está na ponta dos outros professores, ele fica na mesma lateral que o Conselho Estudantil. Aquela seria a posição de mediador, que quem fica no meio. No entanto, é só a posição no caso dele.
Já com o C.E., temos o grupo um pouco mais próximo do audiovisual, mas nem tanto, mostrando que apesar de serem também estudantes, estão em outra categoria e aí sim trabalham para mediar a conversa. Na verdade, a briga fica estritamente entre a Kanamori e dois professores.
De um lado a praticidade da vida e do outro uma tentativa desesperada de manter a ordem e a "imaturidade" que se espera de cidadãos em formação, por assim dizer.
Representante da Escola 1: Sim, não podemos abrir uma exceção, pois a escola como instituição de ensino, tem suas responsabilidades, sabe?
Kanamori: E do que vale uma escola que não luta por seus estudantes?
Kanamori 4, Escola 0.
Professor do clube, zoou que por baixo da mesa você está jogando/no celular? EU ESTOU CHOCADA. É O ÚNICO PROFESSOR POSSÍVEL PARA ESSE CLUBE.
Aí a Kanamori fala sobre o mundo dos negócios e como a escola não quer se dar ao trabalho de mover um dedo. É o famoso "deixa com está".
A professora tenta outra abordagem na argumentação, dizendo que a garota só quer faturar em cima da reputação da escola... BOM, SE A GENTE PENSAR QUE A ESCOLA FATURA EM CIMA DO TRABALHO DOS ALUNOS, NÃO SERIA ALGO JUSTO?
Concordo quando a Kanamori comenta sobre "o esforço é a recompensa" e como isso pode influenciar uma ideia errada na vida adulta. É bom lembrar que vivemos majoritariamente num mundo capitalista, então as contas não serão pagas pelo simples esforço de alguém num trabalho. Precisa existir uma remuneração.
A escola tenta manter uma ingenuidade no estudante, que não condiz com o que ele encontrará fora dali. Eles querem se vender como uma "era dourada" em que os adolescentes podem se divertir e aprender a fazer as coisas com certo zelo, mas "sem tanta cobrança".
Aqui a minha explicação sobre a disposição dos assentos e... Dá-lhe argumentação de Kanamori! |
Kanamori disse que não pediu financiamento da Câmara de Comércio, apenas propôs uma coprodução... Isso não é mentira? Elas não tinham conseguido um financiamento? Ah, espera... Também dá para interpretar de outra forma essa fala, como se a Câmara de Comércio TIVESSE OFERECIDO o financiamento. Hum... De vez em quando meu cérebro funciona em outras vertentes. Uau.
E no final... a escola tem a última palavra.
Elas podem participar do evento, mas sem aceitar o dinheiro.
É aquilo, "manda quem pode, obedece quem tem juízo". Será que a Kanamori vai levar isso de boa? Afinal, é o esforço das três no trabalho e o reconhecimento é praticamente um "continuem fazendo um bom trabalho".
Quem é que para o clube de audiovisual?
O tempo vai passando, as garotas vão trabalhando no projeto, a Cabeçuda foi falar com o pessoal que faz a trilha sonora, Mizusaki trabalhando de modelo e... ATENÇÃO, SOCIEDADE! Kanamori usando os óculos e "pescando" no meio da aula. Melhor que isso só a Asakusa que desenhou olhos abertos nas pálpebras e está roncando gostoso na mesa. Nossa modelo desenhando no meio da aula e colocando um livro na frente.
QUEM É QUE PARA O CLUBE DE AUDIOVISUAL? Quem ousar, apanha de mim. Tá avisado.
Ah.
A referência ao Hayao Miyazaki.
Lembro que tem algumas referências a animes e pessoas ilustres em Eizouken. Na época o Twitter ficou agitadaço. Sinto muito, mas além disso aí, só recordo da moto de Akira (Katsuhiro Otomo).
Olha bem para a minha cara de Blogosfera Otaku, leitor.
"Especializados" são eles. Eu sou surtada e só.
QUEM NUNCA TEVE IDEIA PRA OUTRA HISTÓRIA ENQUANTO JÁ ESTAVA ESCREVENDO UMA, NÉ? QUEM NUNCA, NÉ? QUEM NUNCA?
O desespero que não pode ser medido em palavras...
A secretária do Conselho Estudantil passa mais vibe de presidente, que a própria presidente. Sempre chocada com isso.
Bom, antes que o episódio termine e eu não tenha feito os comentários pertinentes...
Problemas no storyboard, né, minha filha?
A Asakusa é um poço de criatividade que, sim, pode sofrer de bloqueio criativo em alguns momentos, no entanto, a mudança de ambiente ou alguma aventura inesperada às vezes conseguem solucionar esse problema.
A questão é como transformar isso em ritmo de trabalho, e é aí que entra a Kanamori. Ela quem canaliza toda essa força criativa, afinal, todas dependem do trabalho da diretora, que é quem conduz a história de cada curta.
O tema agora é explorar a cidade de Shibahama, trazendo a afetividade do público numa possível promoção de revitalização e turismo do local. O foco precisa ser esse e por isso a nossa Deusa do Dinheiro fica tão possessa quando a Cabeçuda começa a voar.
Fico encantada com quantas vezes os "Kappas" foram mencionados e até agora ninguém teve a brilhante ideia de incluí-los no anime que estão produzindo. COMO ASSIM, MOÇADA? OLHA A OPORTUNIDADE!
Não ria do "moçada", eu sou uma senhora e tenho todo o direito de usar termos datados, ok?
As únicas referências que peguei de animes aconteceram num só episódio! |
Todo esse conjunto serve para mostrar que nem todos os sons podem ser reproduzidos em estúdio e por isso é preciso que existam pessoas como Doumeki, que vão aos lugares e captam os áudios.
Além disso, se a história se passa num ambiente real é preciso conhecê-lo bem para fazer uma reprodução fiel. Assim as pessoas reconhecem e acabam criando uma associação emocional com a obra, o que gera dinheiro, afinal, a pessoa vai querer gastar para ter algo relacionado ao que assistiu.
Gosto como a Kanamoney é tão astuta quanto advogado procurando brecha na lei. Se o clube não pode ganhar dinheiro com o produto, então elas entram como grupo no evento, mas os direitos autorais são distribuídos individualmente. Ou seja, elas estariam ganhando o próprio dinheiro e o investindo nas atividades do clube. É uma bela brecha nas regras da escola.
Diferenças entre um concurso e um evento como a Comet A.
Concursos são bons para construir reputações, mas demoram para gerar dinheiro. Enquanto um evento abre o caminho para o reconhecimento, aumenta a chance de gerar receita e serve como pesquisa de mercado.
Gente, vai na minha... Kanamori coach.
BRINCADEIRA! ABAIXEM ESSE TIJOLOS!
Se for tacar alguma coisa, por favor, aceito saco de cinco quilos de arroz. Ou dois pacotes de um quilo de feijão cada. Também aceito tomate, desde que não esteja podre.
Enfim...
Temos aí mais argumentação, secretária do Conselho Estudantil à paisana versus Kanamori,
Parece existir um protecionismo enorme da escola com tudo que é feito por seus alunos, como se não quisessem que eles passassem por vivências mais realistas, de como seria se estivessem trabalhando por conta.
Quando a Kanamori insiste em arranjar brechas para fazer o que quer, a secretária que poderia ter repetido o próprio nome neste episódio e ajudado a blogueira aqui, deu praticamente um ultimato: a escola é um mundo à parte e quanto mais elas se afastarem dele, perderão a proteção.
E aí eu me pergunto: que raio de "proteção" é essa? De não enfrentar frustrações? De não conseguirem terminar o trabalho a tempo? De serem de alguma forma enganadas? Ou de estarem amadurecendo "antes do tempo"?
O espectador e a Kanamori ficaram sem a resposta (se é que teríamos alguma) quando mais uma vez a criatividade fascinante da Asakusa atacou. E como constatou a própria secretária do Conselho Estudantil no final do episódio, o clube de audiovisual é sozinho um mundo à parte.
Ainda sobre a discussão entre a moça e nossa adorável gênia ambiciosa de pernas longas, é interessante perceber qual o trabalho da Kanamori dentro do clube: ela é a gerente.
"Kimono, só você ainda não tinha reparado" - Leitor, eu jurava muito que a Kanamoney era como aquele meme da pessoa que segura gente incontrolável com aquelas coleiras peitorais.
Perdendo as contas de quantas vezes a Kanamori já deu "mata-leão" na Asakusa. |
O clube pode ser separado entre pesquisa e produção, sendo nossas animadoras hiper criativas a segunda parte, enquanto a primeira fica com a manjadora de negócios.
Como ela mesma disse: "Gerenciamento é pesquisa", não apenas administração.
Ou seja, o trabalho dela é entender como funciona o que estão produzindo e o que pretendem fazer com o produto final. É interessante quando ela usa o clube de beisebol numa comparação enquanto argumenta com a secretária... Sowande Sakaki.
"Sakaki" me lembra aquele traste (04)...
Bom, ainda assim parece mais fácil de grudar na cabeça.
Voltando ao episódio... Enquanto o clube de esportes pensa e trabalha de forma limitada (dentro do mundinho escola), a Kanamori quer ampliar a área de trabalho, conhecendo o mercado dentro da competitividade de um evento. Uma vez que, se ficassem restritas à escola, teriam apenas uma simulação.
Quando a Sakaki fala que de fato o ambiente não representa a sociedade e é um mundo à parte, além de reforçar o protecionismo, confirma a limitação da pesquisa.
E antes de terminar minhas considerações sobre o episódio e pedir desculpas por talvez ter usado palavras e ideias muito difíceis de compreender (meu cérebro é estranho, ok?), gostei da representação visual da edição do som do badalo captado por Doumeki.
É bastante curioso ver isso quando a pessoa nunca editou um áudio na vida.
Para quem já fez bastante isso, nem sempre é algo carregado de boas lembranças, ainda mais se tiver feito esse trabalho com uma quantidade grande ou extensa de áudio. É sofrimento puro.
Agora falta saber o que vai resolver a diretora Cabeçuda com todos os pormenores necessários para que a história além de uma boa animação, tenha, no mínimo, uma trama decente.
Keep Your Hands Off Eizouken!
11º episódio
Bom, também existem ótimas obras nascidas do sofrimento... Só comentando... |
Não, leitor, não estou aqui reclamando de meninas apaixonadas falando do crush em shoujos de romance colegial, e sim da representação feminina em animes de outros gêneros, como esportes, shounen de lutinha, sobrenatural...
Na maioria das vezes chega a ser ofensivo e eu, como mulher, preciso escolher entre o que vou ignorar e seguir por gostar da trama ou o que vou dropar, porque é impossível continuar quando a equipe preferiu o caminho do trabalho porco.
Não temos erotização dos corpos femininos, não vemos as personagens sendo tratadas como seres inferiores por personagens masculinos e mesmo a história não faz isso com elas.
Também não comecem com "ainn militância feminista" e o escambau.
Não gosta de ver mulher sendo retratada como GENTE, não assiste, se lambuza naqueles animes de punheteiro e não me torra a paciência.
Não é questão de "mILitÂnCiA", leitor, é questão de representatividade. De mostrar que a paixão por animação não é só coisa de um gênero ou de outro. Que pessoas simplesmente gostam das coisas e como consumidoras de um produto curtiriam bastante se verem representadas nele.
E essa é só uma parte da questão.
Contar com uma equipe feminina trabalhando nesse anime e em qualquer outra produção de entretenimento mostra a todas nós, que podemos ir mais longe e que não devemos abaixar a cabeça e achar que tal lugar não nos pertence.
O melhor de tudo sempre será a Asakusa achando que a Kanamori PARECE UMA VALENTONA! |
Precisamos ter diversidade de gênero, sexualidade, religião, cor da pele... E tudo isso com muito respeito e dignidade.
É triste demais não se ver representada numa obra, de não conseguir ter esse apelo emocional, principalmente quando se é menor e mais nova.
Eizouken é um ótimo exemplo de como garotas adolescentes podem seguir com seus sonhos, trabalharem por ele e aprenderem a gerenciar da melhor forma possível.
Como consumidora infelizmente me regulei a não me fixar ao gênero dos personagens, porque a representação feminina não condizia com o que eu sentia e a masculina não supria toda a expectativa.
"Infelizmente" no sentido de eu ser uma menina e querer ver meninas dando porradas, sendo geniais e salvando o mundo sem depender de um príncipe.
E muita gente se sente assim.
Não sei como funciona com pessoas não-binárias, LGBTQI+ e outros grupos, então falo apenas como uma mulher cis.
Acho de extrema importância a representatividade num conteúdo, pois quando consumimos entretenimento, seja lá de qual tipo (audiovisual, escrito), no fundo queremos ter aquela ligação emocional que nos faça pensar "esse personagem se parece comigo".
Não entendam como uma obrigação.
Mas para mim é um detalhe importante.
Se para você não for... SEGUE O BAILE, DÊ-GÊ!
Nossa Senhora Onoda, o tamanho do negócio que escrevi aí em cima...
Deixa a Kimono escrever que ela não para nunca mais. Estaremos no ano de 2378 e ela continuará escrevendo sem parar.
E faltam 45 dias para o prazo final.
Saudades de quando tinha mais da metade, né, clube do audiovisual?
Bom, para otimizar o meu tempo neste post acabei recorrendo ao meu segundo estilo de análise: assiste, escreve comentários soltos e depois reúne tudo num texto.
Normalmente sou mais fã do tipo: assiste, surta, analisa durante ou depois de assistir o episódio. Porém, este post precisava do "todo" para fazer sentido, então não se surpreenda se notar a diferença.
Gosto como Eizouken mostra os bastidores de um anime, mesmo que de uma forma mais simples do que seria o real, permitindo ao espectador acompanhar o processo criativo por trás de cada história.
Eu só queria poder abraçar essa menina e dar uns pedaços de bolo para ela se acalmar... |
Adoro a definição da Kanamori sobre forçação de amizade na escola. |
Ambas se encontraram no início da segunda parte do Ensino Fundamental e foram unidas pelo acaso em uma atividade de Educação Física. Kanamori, o puro suco da praticidade, e Asakusa, a representante da dualidade. Ao mesmo tempo que não quer ter contato com ninguém por sofrer de ansiedade social, também deseja ter amigas, alguém com quem compartilhar seus gostos.
Um dos detalhes que mais curto neste anime é o uso natural do folclore japonês dentro da narrativa. Seja com a menção aos Kappas, que viraram personagens importantes no projeto, ou sobre os Tanukis, que já comentei em outro post.
E esse décimo primeiro episódio ainda foi além ao comparar os canais de água com o Rio Sanzu, conhecido por levar os mortos até o submundo, onde passarão por julgamentos para decidir o destino de cada alma. Curiosamente falei sobre isso nesse post de Kitarou (50).
Em meio a tanta tecnologia, a cultura permanece viva com as novas gerações.
Recordando aqui que a temática de Eizouken NÃO É SOBRENATURAL e, portanto, a naturalidade em que o assunto é inserido mostra como o trabalho na criação do roteiro foi bem feito.
Como admiradora do gênero sobrenatural, ver esse tipo de inserção em outros tipos de obras me deixa muito contente e reforça o meu pensamento de que folclore é algo vivo e faz parte da nossa cultura.
Nesse quesito o Japão ainda está a frente do Brasil. Principalmente com produções escritas e audiovisuais. A impressão que tenho é que por lá a religião interfere menos nas crenças locais, fazendo até mesmo parte delas (budismo e xintoísmo).
É realmente uma pena que no Brasil a cultura seja demonizada por não seguir um padrão católico-cristão. Nosso folclore é igualmente abundante em riqueza e deveria ser cuidado com mais zelo.
E aí entramos na temática da "coexistência", palavra-chave do projeto do clube de audiovisual.
"Coexistir" quer dizer "conviver" e convivência pacífica se faz com entendimento; comunicação; diálogo. A resolução para a guerra entre humanos e Kappas foi restaurar uma antiga tecnologia que permitia a comunicação entre os dois grupos, que apesar de algumas diferenças, tem suas semelhanças. Como visto na dualidade de comportamento da vice-diretora, que ora estava restringindo as ações do audiovisual e em outra plantava flores chamadas Cosmos, que representam a paz.
Aliás, nesse cabo de guerra entre o clube e a escola obviamente as garotas levaram a melhor. E dá para aprender TANTO com a nossa Kanacoach (abaixem os tijolos)...
O planejamento era participar do Comet A e vender um anime 100% original, sem depender da escola e precisar pagar por todas as etapas auxiliares, como aconteceu com o anime de robô.
O problema é que gerar receita usufruindo das facilidades do ambiente escolar, não deixou a administração muito contente. A impressão que dá é que eles querem monopolizar tudo. Apesar do discurso "queremos que vocês aproveitem esta época e se divirtam", eles também colocam muitos empecilhos, como a liberação de verba para cada clube e o valor que eles podem ficar para trabalhar em outros projetos. A divulgação também fica a cargo dos próprios estudantes, ou seja, só oferecem o ambiente de trabalho e impõe diversas regras que não fazem a produção render.
Com a "rebeldia" do audiovisual, a diretoria começa a impor sanções, tirando as facilidades, a tal "proteção" comentada pela secretária Sakaki no episódio passado.
"HUMANA", KANAMONEY?! VOCÊ É NOSSA DEUSA DO |
Como bem disse a Kanamori no episódio passado, a escola que deveria ajudar os projetos de seus alunos, parece temer seu crescimento. É compreensível que exista certa preocupação com o dinheiro e o que os estudantes poderiam fazer com ele, porém, não deveria ter uma melhor distribuição de recursos? Não teríamos aí uma má gestão do Conselho Estudantil? Não seria papel da administração servir como fiscal desse conselho e ver se ele está trabalhando direito?
Tudo o que a Kanamori quer é dinheiro para financiar o próprio clube, afinal, o trabalho nos bastidores é muito pesado, demanda tempo e esforço bruto. Por que não receber uma recompensa equivalente?
E aí temos a carta armadilha virada para baixo em modo de ataque.
A nossa Deusa do Dinheiro nunca deixa de nos surpreender.
O trabalho de formiguinha com as redes sociais e a associação com a Câmara de Comércio cresceram a tal ponto (certo, inclua a fama da Mizusaki no pacote) que até mesmo A IMPRENSA começou a promover o projeto!
E é uma boa pauta: clube escolar pretende lançar anime que se passa em Shibahama para ajudar a revitalização do centro comercial.
A notícia se espalha, a opinião pública vai sendo formada e por fim temos pressão em cima da escola, pois um de seus clubes está envolvido num trabalho dessa importância.
Quando a Kanamori recuou no debate com a administração e deixou que eles tivessem a "última palavra", ela estava dando corda para depois puxar com força.
Agora falemos de bloqueio criativo.
QUEM NUNCA TEVE ESSE DESESPERO EM FORMA DE PRESSÃO, NÃO É MESMO? Ainda mais com o prazo diminuindo a toque de caixa...
Por isso vale a dica do professor responsável pelo clube: divirta-se!
Mudar o foco e algumas vezes de ambiente, faz com que surjam "saídas" para esse problema.
O passeio pelos canais de água, conhecer melhor locais inexplorados da cidade, a caçada de sons, tudo isso ajudou a Asakusa a criar mais ideias, que ao se juntarem fecharam as pontas soltas do storyboard.
Além disso, as experiências vividas pela diretora que chupa coelinho de pelúcia(?) também marcaram o roteiro, como a troca de ajuda entre ela e Kanamori durante o Ensino Fundamental.
É divertido ver como nenhuma das duas se encaixam nos padrões e por isso acabaram sobrando na atividade de Educação Física. Uma por ser bastante prática e outra por ter ansiedade social.
Bom, acho que consegui cobrir bem o assunto.
Então só vou comentar mais alguns detalhes:
-Doumeki indo caçar SOM DE KAPPA;
-Captação de som em estúdio (quando alguém apareceu pisando no que parecia ser lama dentro de uma caixa);
-Estúdio de dublagem (uma sala para a gravação - onde ficam os dubladores e a diretora -, outra com a mesa de som - onde captam o áudio e mixam as faixas com a imagem);
-Kanamori toma leite até mesmo doente.
Para quem tem curiosidade saber como funciona o processo de dublagem de um anime. |
Pouco tempo para o evento e surge esse problema.
Como as garotas irão resolver essa questão, SÓ O PRÓXIMO POST NOS DIRÁ!!!
Mas seria sacanagem se não rolasse, depois de tanto sofrimento.
Este anime foi assistido na Crunchyroll.
Nos vemos no último post de Keep Your Hands Off Eizouken!
Por Kimono Vermelho aquela que vai dar na cara de quem mandou uma trilha sonora nada a ver para o clube de audiovisual - 14/09/2020
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Obrigada e faça uma boa viagem na seção de comentários! o/