terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Carnaval 2018: Primeiras Desimpressões - Alquimista da Fazenda Príncipesa

Chegou o CarnaKimono, o Carnaval do Kimono Amarelo!
Se você não curte bloco de rua, marchinha e desfile de escola de samba, venha curtir o feriadão aqui no blog!
De 09/02 a 14/02, uma programação especial no feriado!
#SeloLaFolia

Depois do Especial da CLAMP que estreou o CarnaKimono, por que não um especial com outra autora maravilhosa?

E aqui vocês acompanharão as desimpressões triplas das obras que eu mais gosto de Hiromu Arakawa.

Este post também é inspirado no Pecado do Deus do Vôlei, que contava com as análises dos mangás de animes que acompanhei pelo blog.

REGRAS DAS DESIMPRESSÕES TRIPLAS:
-Análise baseada na leitura dos CINCO primeiros capítulos;
-São PRIMEIRAS desimpressões, não análise da trama completa ou do primeiro arco, por isso não reclame;
-Assisti seus respectivos animes, mas não preciso ter lido seus mangás;
-Leitura feita no Mangareader.

Na ordem, você verá:
-Fullmetal Alchemist;
-Gin no Saji;
-Arslan Senki.

Alquimista de Aço? Alquimista do Demônio mesmo!

Título original: Hagane no Renkinjutsushi
Autor: Hiromu Arakawa
Publicado no Japão por: Enix e Square Enix (editora)/Shounen Ganga (revista)
Publicado no Brasil por: JBC (duas versões)
Status: Encerrado

Cheguei a assistir as duas versões do anime dubladas em português e tenho uma memória afetiva muito mais forte com as vozes brasileiras do que com as japonesas.

Colecionei a primeira versão, o meio-tanko, na época que passava quase todo dia na frente de uma banca, então a nostalgia é forte com esta série.

Foi com Fullmetal Alchemist que conheci a arte e o dom de Hiromu Arakawa para contar histórias. Tanto é que ela está no meu TOP 3 de mangakás.

Aqui conhecemos os irmãos Edward e Alphonse Elric em busca de reaver o que perderam depois de transpassarem um limite que mudou a vida deles drasticamente.

Para os alquimistas a transmutação humana é terminantemente proibida, aqueles que o fazem pagam um preço bastante alto. E este foi o caso dos irmãos Elric.

Edward perdeu a perna esquerda e Alphonse o corpo inteiro.
Desesperado, o irmão mais velho sacrificou seu braço direito para trazer pelo menos a alma do mais novo de volta, conseguindo fixá-la numa armadura.

A partir dessa dolorosa lição, de que não poderiam reviver a mãe, os dois agora buscam pela famosa pedra filosofal, um item que vai além das leis da alquimia e pode fazer com que recuperem seus corpos.

Mesmo com um background sério e cheio de sofrimento, um dos dons da Arakawa-sensei é fazer um humor na medida que pode despertar sorrisos sacanas ou altas gargalhadas.

Perdi a conta das vezes que alguém aparecia no quarto ou na sala para saber do que eu estava rindo. 

Como alguém acostumada apenas com artes como as de Yu Yu Hakusho e de obras da CLAMP, Fullmetal era bem diferente, ainda que bonita.

O começo do mangá é bem interessante, trazendo o choque entre o ceticismo e a crença cega.

Ao contrário do último anime que será analisado no CarnaKimono e que irá ao ar amanhã às 14h, Fullmetal Alchemist não soa ofensivo à inteligência ou a aqueles que têm alguma crença.

O primeiro capítulo leva os irmãos alquimistas a uma cidade em que a palavra do sacerdote da religião local é lei. Segundo os fiéis, o homem possui o poder para fazer milagres, o que acaba se mostrando como pura alquimia depois que a dupla investiga um pouco mais.

O que intriga os dois é que Cornello, esse tal sacerdote, não segue as leis importas pela alquimia, fazendo-os acreditar que ele usa uma pedra filosofal para fazer os truques que a população acredita ser "poder divino".

A crítica do alquimista de aço não é para a existência da fé ou tentativa de desmoralizar a religião e crença do povo, seu problema é com a hipocrisia de um líder religioso que posteriormente admite se aproveitar da ignorância do povo para manipulá-lo.

Rose, que aqui é uma crente fervorosa, acredita que Cornello pode trazer seu namorado de volta à vida e por isso defende o homem e sua religião.

A partir disso vemos que os alquimistas ali não desprezam a religião ou duvidam da existência de um deus, principalmente quando Edward conta que ele e o irmão entraram num território reservado apenas a Deus e por isso perderam seus corpos.

A explicação vem depois de todos descobrirmos que a armadura de Al é vazia e quando Ed mostra seus automails.

Para mostrar que é o protagonista foda do shounen mangá, Ed arranca a roupa rasgada e diz: "OLHA AÍ, MOÇA, O QUE GANHA O IMBECIL QUE FAZ TRANSMUTAÇÃO HUMANA! DOIS AUTOMAILS!".

Automail são próteses de metal que funcionam no lugar dos membros perdidos.

É neste primeiro capítulo também que descobrimos a vertente demoníaca de Edward, o irmão capiroto. O Alphonse é o algodão doce da família.

E as cenas de humor, principalmente com Ed sendo diabólico, são as melhores.

Ah!
E aqui pela primeira vez observamos uma quimera.
Mas não fique com muita saudade, pois até o fim do quinto capítulo veremos outra.

É.
Se você conhece Fullmetal sabe do que eu estou falando.

Achei que escaparia daquela dor, só que cinco capítulos foram o bastante para nos apresentarem dois dos Sete Pecados Capitais e o temido Scar. 

Depois de mostrarem ao povo que o sacerdote era uma fraude e descobrir que a pedra filosofal que ele usava era falsa, a dupla segue para um lugar de mineração de carvão... que é o terceiro capítulo.

O que acontece no segundo, leitor?
Termina a história lá do Cornello, rola um flashback mais apurado do que aconteceu com os irmãos Elric e temos Luxúria e Gula que...

Acho que a gente ainda não sabe o nome deles nesse ponto, mas não vou ficar guardando coisa inútil como nome.

TEM QUE GUARDAR DINHEIRO SPOILER, NÃO NOME!

E é neste capítulo que conhecemos o Tenente Yoki, um personagem ferrado que vai... Ah, espera, eu disse que guardaria os spoilers, né?

Fico me perguntando, leitor, o que faz você nessa sua vidinha otaku que já não devorou o mangá de Fullmetal? OBRIGAÇÃO DE OTAKU É LER FULLMETAL NESSA VIDA!

Quem não leu Fullmetal Alchemist não tem o direito de se chamar nem de fã de anime e mangá! É questão de honra ler pelo menos o primeiro volume. Se não curtir aí são outros quinhentos e não entrarei no demérito.

Esse terceiro capítulo serve para mostrar um pouco mais sobre o que pensam as pessoas mais humildes do título de alquimista federal, este que Edward Elric carrega.

O menino que não pode ser chamado de "verticalmente prejudicado" e adjetivos, pois faz um escarcéu danado, é a pessoa mais nova a conseguir esse título.

E na cidade da mineração o pessoal não gosta nenhum pouco de quem é ligado ao exército por conta de agentes corruptos que só sabem subir taxas e cobrar impostos absurdos do povo.

Como não chorar de rir da cara de pau de Edward Elric ao enrolar o Tenente Yoki e comprar as minas para dá-las ao tiozinho da hospedaria/restaurante que cobrou uma fortuna do "turista"?

O garoto serve como bom exemplo de alguém que não se vendeu para o sistema e só pensa em conquistar riquezas.

Nessa questão Edward lembra um pouco os magos do Arco de Magnostadt em Magi, que eram famintos por conhecimento, e não usavam seus poderes para enriquecer.

O quarto capítulo é a treta no trem e apresenta o Coronel Roy Mustang e sua BELA PATOTA! E mais uma vez vemos a mente criminosa do membro mais velho da família Elric.

Além de descer um cacete federal nuns homens que ousaram o despertar de  seu precioso sono e ainda tiraram sarro da altura dele, o garoto acaba descobrindo que terroristas tomaram o trem e estão mantendo um general e sua família como reféns.

Mais uma vez é preciso destacar o humor da série e o dom da autora em fazer uma arte que cabe seriedade e muita palhaçada. É o tipo de coisa que você verá com frequência também nas próximas obras analisadas neste post.

O quinto capítulo a gente pode pular, porque é traumático.

Se você achou o também número cinco, só que episódio, de Mahoutsukai no Yome bem perturbador, saiba que Fullmetal Alchemist já tinha o seu Cartaphilus bem antes desse monstrinho mostrar suas garrinhas no anime do Tio Mago.

Em busca de recuperarem seus corpos, os irmãos Elric são apresentados pelo Coronel Mustang a um alquimista chamado Shou Tucker que parece entender de transmutação com seres vivos e conseguiu criar uma quimera falante.

Segundo Mustang, a quimera não existiu por muito tempo e sua única fala foi pedir para morrer.

Conforme a história vai se desenvolvendo, vemos o desespero de Tucker aumentar com o passar dos dias. O principal motivo é que o exame para manter sua licença como alquimista federal está chegando mais perto e suas pesquisas não mostram resultados.

Depois de tanta palhaçada nos deparamos com uma história séria que chega a dar aquele desconforto horrível, principalmente quando Tucker argumenta que os irmãos Elric não são melhores do que ele, implicando sobre a transmutação humana.

Por acaso um assunto tratado com discrição, afinal, além de tabu no mundo da alquimia, é um crime.

Para explicar os automails de Ed, foi dito que ele perdeu na guerra que aconteceu tempos atrás.

Além de fazer a coisa ficar realmente séria, Arakawa-sensei ainda apresenta uma nova e perigosa ameaça, um homem que mata apenas com o toque da mão e que parece um religioso fervoroso.

Continuarei lendo?: Já li, mas poderia reler qualquer dia desses
Recomendo a série?: Com certeza
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De onde vem o ovo, Hachiken?

Título original: Gin no Saji (também conhecido como "Silver Spoon")
Autor: Hiromu Arakawa
Publicado no Japão por: Shogakukan (editora)/Weekly Shounen Sunday (revista)
Publicado no Brasil por: Ainda não foi publicado
Status: Em andamento

Este é por acaso o único mangá que eu nunca tinha lido.

Ainda que eu goste bastante da história e que ela não deva ser destratada só por não ser go gênero fantasia ou shounen, Gin no Saji é com certeza a minha última obra favorita da Arakawa entre as analisadas neste post.

Não dá para saber se gosto mais de Fullmetal ou Arslan Senki.
Se for por história, com certeza o alquimista vence, já que a saga do príncipe gentil só tem a arte e algumas palhaçadas da mangaká, enquanto o roteiro é de outra pessoa.

Bom, essa é uma conversa para daqui a pouco.

Em Gin no Saji conhecemos Hachiken, um rapaz que parece bastante deslocado na escola que decidiu cursar o Ensino Médio.

Também não é para menos. Um garoto típico da cidade resolveu entrar numa escola agrícola, sendo que não tem parentes que trabalhem com agricultura ou criação de animais.

E o "mistério" que cerca Hachiken durante esses cinco capítulos apenas dá dicas do que pode ser e da falta de vontade do adolescente em voltar para casa durante o Golden Week, maior feriadão do Japão.

Analisei o anime Silver Spoon em 2016 e acabei maratonando loucamente as DUAS TEMPORADAS entre o dia que o post foi feito até ir ao ar.

Há algumas diferenças entre a versão animada e a em quadrinhos.
Por exemplo: no anime, já no terceiro episódio, somos apresentados aos porquinhos da escola-fazenda, enquanto isso não chega a acontecer nesses cinco capítulos.

Há mudanças de lugar ou "aparecimento", mas nada que estrague a experiência e entretenimento do leitor.

Uma das coisas que mais gostei nesta história foram os personagens secundários, eles são incrivelmente carismáticos... Se bem que é difícil olhar para uma dessas obras da Arakawa e não acabar achando boa parte dos personagens carismáticos.

Ainda que Fullmetal saiba usar muito bem o elenco que tem em mãos e crie gente que é difícil não acabar amando, Gin no Saji parece superar os alquimistas.

Boto Arslan Senki no mérito também, pois dependendo de como o artista conduz a história ela pode ser interpretada de várias maneiras. Bom, essa é uma conversa para mais tarde.

E por mais que Hachiken não tenha tanto apelo quanto o Edemônio Elric, digo, Edward Elric, fica difícil não rir da ignorância dele com algumas informações que parecem tão básicas que até uma criança possui, ou de como os bezerros adoram atormentá-lo.

A parte mais assustadora aqui é quando ele descobre que os ovos saem da cloaca, o ânus da galinha.

O Tokiwa até tenta explicar, mas é inútil...

Tokiwa é meu espírito animal.
ATÉ HOJE GUARDO COM CARINHO O PRINT QUE ELE DIZ PARA NÃO SUBESTIMAR A BURRICE DELE!

Eu também sempre peço intimamente para as pessoas não fazerem o mesmo comigo ou com a minha falta de memória.

Tokiwa também é conhecido aqui como "o menino das galinhas".

E aproveitando que vamos fazer as apresentações, QUE TAL FALAR DE KOMABA, o quase Daryun de Gin no Saji?

É perfeito que nem o husbando que mata mais dez mil soldados num dia meio triste e com gripe? Não, porque Daryun é perfeito demais até para ser personagem de mangá.

Ainda assim o querido Komaba além de se dar bem nos esportes é uma pessoa confiável e séria.

Depois deles temos a Mikage, a menina que adora cavalos.

E a minha favorita: Tamako.
NÃO GOSTA DA TAMAKO? NÃO FALE COMIGO!

Ok que não concordo muito com essa ideia de produção em massa, mesmo compreendendo os argumentos.

Temos ainda os divertidos companheiros de quarto do Hachiken e o adorável Aikawa que quer ser veterinário.

Só temo pela sanidade dele ao escolher o clube de adoradores das vaquinhas.

Pois é, numa escola agrícola os clubes também são um pouco diferentes.
Além dos de esportes, temos aí o clube equestre, o clube dos adores de vaquinhas e outros relacionados a isso.

E as coisas começam cedo por lá: cinco horas da manhã a galera já tem que estar de pé para os afazeres de seu grupo.

Melhor é o Hachiken se deixar levar pelo doki doki do kokoro e escolher o clube equestre por causa da Mikage, descobrindo que sua obrigação será ACORDAR ÀS QUATRO DA MANHÃ para limpar cocô de cavalo.

Rindo muito do menino que não sabia de onde vinham os ovos.
QUINZE ANOS NA LOMBA E NÃO SABER DE ONDE VÊM OS OVOS é um tanto constrangedor, viu?

Mais constrangedor ainda é a chegada de Mikage, num cavalo que poderia muito bem ser do Daryun, para resgatar Hachiken que se perdeu no primeiro dia de aula ao tentar perseguir um bezerro.

Posso ter um instante de apreciação a dois personagens que são igualmente incríveis do resto do elenco?

O instrutor do clube equestre, Nakajima, e o diretor da escola.

O DIRETOR DA ESCOLA É A VERSÃO HUMANA DO DIRETOR NEZU DE BOKU NO HERO ACADEMIA 2!

Pensa comigo:
-Os dois são baixinhos;
-Extremamente espertos;
-E as pessoas se enganam ao não levá-los a sério.

Já o instrutor Nakajima transpira calmaria com aquela cara de Buda.
Bom, menos quando ele está apostando em corridas Ban'ei, né? 

Nos três primeiros capítulos Hachiken está o puro suco da morte e a gente se pergunta se ele vai conseguir sobreviver por mais tempo e mostrar sua resiliência, ou se a morte se aproxima sedenta e cruel por sua vidinha adolescente.

As dicas que temos sobre os problemas que o protagonista parece trazer na bagagem são:
-Sua obsessão pelo primeira lugar;
-O fato de chegar a se sentir mal por não ter um sonho ou uma grande ambição como todos os outros ali;
-Não querer voltar para casa na Golden Week;
-Não querer ou ter muita interação com outros colegas, já que no Ensino Fundamental ele não entrou em nenhum clube.

Ao contrário de Fullmetal que ficamos sabendo já de cara o que está movendo os irmãos Elric, em cinco capítulos essas dicas sobre o Hachiken apenas aumentam a nossa curiosidade.

A coisa chega a esquentar quando Komaba acha a oportunidade perfeita para perguntar por qual motivo o protagonista, que aparentemente não tem nenhuma ligação com agricultura e pecuária, decidiu entrar numa escola agrícola.

Enquanto a maioria dos alunos não precisou passar pelo exame de admissão por causa de suas ligações com área, ele fez e foi aceito.

É realmente uma pergunta que até mesmo o espectador se faz quando vê um garoto tão deslocado como ele ali.

Ao contrário de Fullmetal que começa no gás total e dá aquela parada brusca para que o leitor comece a sentir o peso que vem pela frente, Gin no Saji vai trabalhando com a tiração de sarro para cima do protagonista e começa a dar pistas que algo também sério e difícil de lidar está por vir.

O importante da escola agrícola é que ela vai quebrando os preconceitos do Hachiken.

Os acontecimentos, as pessoas que ele vai conhecendo e o dia-a-dia no clube e na escola vão aos poucos servindo como base para que ele uma hora possa ter a base que tanto precisou e faltou anteriormente na sua vida.

Explicar um pouco mais resultaria em spoiler e... Já disse que os únicos spoilers que vocês terão são os que aparecem nos capítulos e episódios citados nas análises, né?

Apesar de não se dar muito bem com os animais e principalmente os cavalos num primeiro momento, o protagonista descobre pelo instrutor e pela crush amiga que, por exemplo, os cavalos são criaturas inteligentes que observam as pessoas.

Não só isso, como também são animais delicados e tímidos, que se assustam com alguns barulhos e com coisas brilhantes que não são encontradas na natureza.

Além disso o diretor, que aparece de surpresa no clube, faz uma série de perguntas ao Hachiken que poderiam muito bem ser interpretadas de um jeito ruim, mas que acabam mostrando ao adolescente que tudo bem não ter todas as respostas e certezas agora.

Como quem diz que ele está no caminho certo para descobrir o que é preciso para seguir sua vida.

Seu horizonte muda ainda mais quando ele monta pela primeira vez num cavalo (sem ser na garupa do instrutor).

E antes que eu esqueça de citar com um pouco mais de informação, temos a Mikage levando o Hachiken a uma corrida Ban'ei.

É uma corrida de cavalos diferente.
O percurso além de ser reto, tem dois obstáculos, sendo o final maior, em que os cavalos não são montados por um jóquei, e sim puxam espécies de trenós de ferro onde vão seus "cavaleiros".

Ele, Mikage e Komaba (amigo de infância e vizinho da garota) acompanham a corrida por causa do cavalo da menina que está na corrida. É depois da competição que o nosso menino da cidade descobre a parte mais prática e um pouco triste sobre os animais.

Quando eles não servem mais para o que costumam fazer, podem ser abatidos indo parar na panela ou carregando carroças, enquanto os vencedores, e nisso incluo estar no pódio, prosseguem nas corridas.

E a realidade ainda vai bater à porta do Hachiken muitas outras vezes.
Basta saber se ele irá aprender com ela e evoluir ou se deixar esmagar.

Continuarei lendo?: Não, sou preguiçosa e prefiro anime
Recomendo a série?: Sim, é uma boa experiência para conferir outra obra da Arakawa que saia totalmente do gênero shounen fantástico
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PROTEJAM O PRÍNCIPE MAIS FOFO DESTE PLANETA!

Título original: Arslan Senki (também conhecido como "The Heroic Legend of Arslan")
Autor: Hiromu Arakawa (arte) e Yoshiki Tanaka (história)
Publicado no Japão por: Kodansha (editora)/Bessatsu Shounen Magazine (revista)
Publicado no Brasil por: Ainda não foi publicado
Status: Em andamento

Arslan Senki não é uma história de autoria da Arakawa, porém, conta com a sua belíssima arte e... inserções humorísticas.

Ainda que o roteiro seja de Yoshiki Tanaka, é difícil acreditar que a criadora de Edward Elric e Hachiken siga totalmente à risca sem colocar sua pitadinha Arakawa.

A arte é mais bonita que das obras anteriores e é muito bem servido de husbandos.

Se animada essa história já é uma beleza, em quadrinhos ela é ainda mais charmosa.

Sobre a grafia destoante de nomes, vou usar a que me convém do anime.

Temos aqui a história do príncipe Arslan, herdeiro da coroa de Pars, e filho do rei Andrágoras e da Rainha Tahamenay.

Na sua primeira campanha tudo dá errado.
O exército de Pars é traído, o rei desaparece e seu filho só não morre pelas mãos de um traidor, pois um grande guerreiro o protege.

Agora Arslan precisa reunir companheiros que o ajudem a retomar a capital do país, expulsar os inimigos e encontrar seu pai.

Tudo bem que a sinopse acima não é das melhores, mas eu tenho a péssima fama de não saber sequer fazer resumos, então não cobrem o impossível.

Nesses cinco capítulos temos tudo que tinha para dar de errado, DANDO MUITO ERRADO.

A começar pelo menino príncipe Arslan RECLAMANDO DO TREINAMENTO COM A ESPADA! Pensa no bebê mais lindo de onze aninhos e também mais preguiçoso!

Que coisa feia, dizendo que o Vahriz, tio do Daryun, deveria ter ido na campanha do Rei Andrágoras, aquela desonra de pai.

Já no primeiro capítulo descobrimos que Arslan não é lá um menino que recebe muito carinho da família, já que a mãe age de modo distante e o pai É UM BOSTA.

Digo, e o pai é muito rigoroso, como se não gostasse do menino.

No retorno da campanha, o nosso adorável príncipe vai receber o pai ainda na cidade e leva uma patada que merecia uma porrada como resposta.

Digo...
Andando pela cidade, o príncipe acaba sendo surpreendido pela fuga de um escravo de guerra.

Apesar da pouca idade, onze anos como Arslan, o garoto da Lusitania consegue sair da jaula em que foi colocado e leva consigo o que ele pensa ser um filhinho mimado de uma família rica.

Com o príncipe de Pars em suas mãos, o lusitano corre pela capital rumo ao lado de fora dos portões.

Todos os soldados são mobilizados para recuperar o herdeiro da coroa.

E enquanto isso, Arslan que apenas conhecia a vida cômoda do palácio e o que ensinavam por lá, se depara com a realidade da escravidão e de como ela não é nenhum pouco confortável para quem está do lado de quem foi escravizado.

Na mente dele um escravo deveria ser obediente, pois assim garantiria uma morada e refeições.

A maior característica da Lusitania é sua fé num deus de nome complicado que vou ter que pesquisar no Wikipédia: Yaldaboth.

Além dessa fé eles são bastante restritos com aqueles que não seguem seu deus e o segmento religioso da Lusitania, já que no momento que Arslan pergunta sobre o ataque a Maryam, país que tem a fé em Yaldaboth, é prontamente respondido sobre a divisão entre a igreja ocidental e a oriental.

E a maior incoerência dessa fé acontece quando o menino diz que para seu deus todos são iguais... menos os hereges que não acreditam nele.

É algo aterrorizante, pois os lusitanos chegaram a matar BEBÊS apenas por serem de um povo que não segue sua crença.

Depois de descobrir que o mundo não é apenas como o contado no palácio, o príncipe fica curioso para saber mais.

É neste longo capítulo também que somos apresentados a Kishward e suas aves... que eu não sei se são águias, gaviões, galinhas que voam... ENTENDO MUITO DE BICHO, SABE?

O interessante aqui é que Arslan gosta bastante de Azrael, e é correspondido de forma recíproca. Justamente a águia (sim, agora é águia) que tem o nome do "anjo que anuncia a morte".

A sintonia entre os dois é tão grande que Kishward nem parece o real dono da águia.

Já falamos do Kishward, né?
PODEMOS FALAR SOBRE O CAVALO DO DARYUN QUE PARECE TER UNS SEISCENTOS METROS DE ALTURA?

ISSO NÃO É UM CAVALO, É UM MONSTRO!

Exageros à parte o Daryun é só um pouco mais alto que o cavalo. IMAGINA MONTAR NUM BICHO DESSE! DEVE DAR PARA VER ACIMA DAS NUVENS!

E, claro, conhecemos Daryun, o mito, a lenda, O MATADOR DE MILHARES DE SOLDADOS!

Tudo o que eu queria era que Arslan Senki estivesse liberado no Brasil no site da Crunchy, mas da última vez que eu vi continuava fechado. Ô TRISTEZA!

Já no final do primeiro capítulo temos uma passagem de tempo de TRÊS ANOS com péssimas notícias a seguir.

A partir do segundo capítulo é só dor, desgraça, sofrimento e gente morrendo.

Aos catorze anos Arslan ainda não melhorou muito no treinamento com a espada, quando ele e Vahriz descobrem que uma nova batalha está por vir.

E desta vez os dois irão participar.

O problema é que as condições começam a se mostrar desfavoráveis para Pars, no entanto, o rei Andrágoras que não é conhecido por escutar conselhos, além de se alterar com Daryun, ainda tira o título de Marzban dele.

É, trouxa, tudo de acordo com o keikaku do inimigo.

Isso porque tempos antes, quando o céu estava lindo e resplandecente, o príncipe Arslan se encontrou com Azrael, que estava com as penas molhadas, sugerindo uma mudança de clima.

Kharlan, um guerreiro experiente que acompanhava o príncipe, então decidiu avisar o rei desse detalhe.

BOM, NA VERDADE ELE FALOU PARA O DARYUN E DAÍ O DARYUN QUE TOMOU NO TOBA, ENTENDEU?

Porque o Andrágoras ficou puto, achando que era covardia recuar, que eles tinham a vantagem do território, que os lusitanos não conheciam bem o local, que ia dar tudo certo e o melhor era descer o cacete de uma vez.

O problema é que uma névoa começa a aparecer no acampamento e eles estão a pouco distância da capital, ou seja, perder ali daria total condição para que os inimigos avançassem e tomassem a cidade.

E sabe quem é o famosinho que foi muito citado nesses primeiros capítulos e só aparece no final do quarto? Ele mesmo, o pintor renomado de Pars: Narususu!

O belo, maravilhoso e MUITO TALENTOSO Narsus apareceu para dar aquele alívio no mangá, já que tudo errado que tinha que rolar no campo de batalha, ROLOU.

A notícia boa é que Vahriz fez o sobrinho jurar lealdade ao príncipe Arslan e as aulas que o fofinho de catorze anos teve com ele serviram de alguma coisa.

Se não fosse por isso, o menino teria morrido facilmente nessa batalha.

A má notícia é que no caminho do rei Andrágoras e do tio do Daryun tinha um Máscara de Prata.

Sabendo que Kharlan era o traíra e que a notícia de retirada do rei virou um "fugiu com o rabinho entre as pernas", só sobrou a Daryun ter que apresentar seu amigo tão mal falado em Pars para o príncipe.

Tem um spoiler sobre o Arslan que já nesses cinco primeiros capítulos têm dicas preciosas.

A primeira fica com a pergunta de Vahriz ao Daryun sobre com quem ele acha que o príncipe é mais parecido, se com a rainha ou o rei. O guerreiro diz que com a rainha e... Seu tio, meio chateado, comenta baixinho: "Ele não se parece mesmo com o rei".

Depois quando Kharlan começou a sentir que lutar com o Daryun poderia dar ruim para ele, começou com um papo de que tinha razões para "trair" Pars, mas que não podia dizer o que era.

O teor dessa conversa também aparece quando Daryun e Narsus ficam sozinhos na noite em que o guerreiro e o príncipe chegam à casa do pintor talentoso.

O melhor fica por conta da manhã seguinte quando o estrategista descobre que seu MELHOR AMIGO pegou a rota que passava pela base do Kharlan, deixando o pintor sem escolha, se não ajudar Arslan.

Melhor ainda foi o príncipe dizer que assim que eles expulsassem os lusitanos e ele se tornasse rei, Narsus seria indicado como pintor da corte.

Melhor uma pintura do Narsus do que uma pintura do melhor artista da Lusitania ilustrando a morte deles.

Nossa, como o Narsus não ficou ofendido? hehehehe

Melhor foi o Daryun contando como Narsus conseguiu destruir a moral de uma aliança entre três países só espalhando rumores.

GENTE, CONFIA EM MIM, Narsus consegue tirar governante do dia para a noite do posto, ELE É FODA!

Agora o príncipe pode contar com:
-Um exército de um homem;
-O melhor estrategista de todos;
-O faz tudo mais foda da patota.

Arslan Senki é uma história inspirada num popular épico pérsio chamado "Amir Arsalan" e em figuras históricas também da Pérsia e de outras regiões.

A medida de distância "farsang", por exemplo, é referência a "parasang", uma medida iraniana.

Um farsang são quatro milhas, que dá quase seis quilômetros e meio.

Já o título "marzban" é possivelmente inspirado nos guardiões das fronteiras (comandantes militares) do Império Sassânida.

Continuarei lendo?: Sim, quando puder
Recomendo a série?: Com certeza
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Haja alquimia para dar jeito nas minhas olheiras!
Como já dito durante este CarnaKimono, o Cronograma-senpai não ajudou e este post ficou pronto apenas há algumas horas antes de ir ao ar, então sim, passei a madrugada inteira lendo e escrevendo sobre ele.


De qualquer forma, não dá para esperar muitos milagres de uma só pessoa fazendo tudo por um só blog.

De qualquer forma foi ótimo reler alguns mangás e conhecer o que eu não conhecia ainda.

E aí, leitor, conhece as obras citadas ou tem curiosidade de conhecê-las?

Joga confete e serpentina que a marchinha de Carnaval no Kimono Amarelo é regada a muito anime e mangá! Vem curtir o feriadão comigo! Vem pro CarnaKimono!

Nos vemos daqui a uma hora com Nanbaka!

Por Kimono Vermelho aquela que está com o cérebro mais revirado que a vida amorosa de Narsus - 13/02/2018

2 comentários:

  1. Escritora muito feliz em poder comentar dois dos três mangás da Arakawa-sensei, portanto, senta que lá vem história...

    "Full Metal Alchemist" é clássico, um shounen que diz que não é preciso seguir certos clichês da demografia; tenho boa parte de sua primeira publicação e minha primeira decepção da JBC, intitulada distribuição setorizada; tipo, quando quinzenal vinha direitinho nas bancas, virou mensal foi uma série de pulos de volumes e nem mesmo os últimos deram às caras. Também tenho os guias completos, em sua primeira publicação e ao menos, estes pude ter a coleção completa, ressalva foi o fato de não ter um material físico bom, nem mesmo um agradinho a mais. Sério mesmo, pra quem realmente acompanhou em partes a empreitada dos irmãos Elric, foi um ultraje da parte da editora. Se fosse como está sendo os mangás do "The Legend of Zelda" Perfect Edition, aquilo sim é material de qualidade, praticamente um livro.
    Aí relançam e beleza! distribuição nacional, comprei o primeiro volume - não curti muito o login que puseram, o da primeira publicação era mais chamativo - e mais uma vez, pulos de volumes. Sabe de uma coisa? Desisti! Não compro mais nada da JBC, ao menos, tenho mantido esta meta. E relançam os guias, sem nada de interessante... Sério mesmo que quer conquistar leitores assim?! E assim, ao lado de "Detective Conan" é uma série que tenho meus momentos de fangirl declarada, tenho até mesmo um obscuro álbum de figurinhas do FMA. Dá uma pesquisadinha e vai ver que é mesmo verdade, acredite!

    Quanto ao "Silver Spoon", conheci pele anime,mas, foi no mangá que me apaixonei mesmo por Hachiken e companhia: dos raros mangás que pego pra ler online, este rendeu vários momentos bons e ruins. Foi muito importante para a Arakawa mudar para a Sunday, dar mais credibilidade à revista e obter outra obra de sucesso, saindo da zona de conforto. Pena que está quase terminando, vou sentir falta da história e desejo que a mangaká continue nos entretendo com suas histórias e personagens. E sim, vai fazer falta na grade da Shounen Sunday, fazer o quê...

    Até mais!!!

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    1. Olá, Escritora Conan!

      Bom, dependendo da região é certeza de que haverá problemas de distribuição, lembro de muitas reclamações em anos anteriores. Por isso eu prefiro fazer assinatura, como é o caso de Magi.

      Obrigada pelo comentário!

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