Você sabe que o bullying vai para outro nível quando ele é feito entre príncipes. Pobre, Alibabs... |
Obviamente o Kimono Vermelho teve prioridade e por isso a análise do primeiro volume de Magi: O labirinto da magia saiu antes por lá.
Enquanto rolava a Bienal do Livro e altas loucuras na minha vidinha odiada pelo destino, o tempo foi passando e chegou o segundo volume pelo correio. #AliBaby
É, esta análise corresponderá aos DOIS primeiros volumes de Magi.
Título: Magi: O labirinto da magia
Título original: Magi: The labyrinth of magic
Autora: Shinobu Ohtaka
Editora no Brasil: JBC
Publicação: Mensal
Observação: Recomendável para maiores de 16 anos
Editora no Japão: Shogakukan / Weekly Shounen Sunday (revista)
Status: Em andamento no Japão
Volumes até agora: 22
Se você nunca ouviu falar nesse que é um dos melhores mangás atuais... Eu vou ter que te dar uma sinopse. Sério? SÉRIO MESMO?
"Somos apresentados ao pequeno Aladdin e seu amigo Ugo, uma criatura que vive dentro de uma flauta.
Durante sua jornada para encontrar outros seres como Ugo, Aladdin conhece Alibaba e descobre mais sobre as misteriosas dungeons, que podem guardar segredos sobre ele e Ugo. Assim começa sua aventura!"
(Como visto na página dos comentários semanais da obra aqui no blog)Detalhes técnicos
Custando apenas R$ 12,90, o mangá de Ohtaka apresenta impressões coloridas nas capas internas e mais de duzentas páginas impressas em papel brite de melhor qualidade do que as primeiras edições da editora nos anos 2000.
A capa não é espelhada (mesmo desenho nas duas capas), é dupla como a original (cada capa com um desenho diferente). E falando no "cartão de visita" do mangá, o trabalho feito pela editora ficou simplesmente PERFEITO.
Em vez de usar as letras japonesas para o título (マギ), a editora optou por pegar uma fonte mais ou menos parecida e usar a romanização do nome (magi). O subtítulo foi traduzido para o português e permaneceu com a fonte original. A lombada também ficou linda e conforme os volumes forem se acumulando, a coleção ficará belíssima na estante.
Traduções e versões
HUEHUEHUE BRBRBR. Com certeza a melhor série: Breaking Sinbad - O Rei do Mal. |
Ainda assim a JBC fez questão de espantar ao menos os meus pesadelos (vide Nura e o terror do sinhozinho).
Alguns nomes sofreram mudanças na grafia, como:
-Aladim [Aladdin];
-Ali Babá [Alibaba];
-Simbad [Sinbad];
-Sherazade [Sheherazade];
-Remu [Rem];
-Turran [Toran];
-Simbária [Sindria].
Enquanto outros permaneceram PARA NOSSA ALEGRIA:
-Morgiana;
-Ugo;
-Magoi;
-Rukh;
-Magi;
-Djinn;
-Dungeon;
-Partevia;
-Amon.
Tirando isso, o bom humor da equipe que traduz e "versiona" o mangá está de parabéns, seja pelo "o tio é místico", "nheco nheco" ou "mete pra dentro".
A leitura está boa, tranquila, tirando alguns termos como assecla que não é o mais conhecido para subordinado/vassalo, além do complexo receptáculo metálico ou receptáculo de metal.
Acho que a editora poderia trocar por recipiente de metal que soa mais limpo, e não truncado como os termos citados acima. De qualquer forma, nada impede a compreensão da história.
Erros
Eu queria usar as scans de Alma Toran (Turran), mas aí eu vi que seria MUITO spoiler para quem já está tomando alguns aqui. hehe |
Erros de revisão, pequeno reclamão.
No primeiro volume o oásis de Qishan e o rei dos sete mares tiveram seus nomes escritos de duas formas durante as mais de duzentas páginas.
-Sinbad ou Simbad? - Pelo que deu para notar pelo nome do país do ex-marujo, vai ser Simbad, ainda que ambas as grafias estejam corretas (o nome do cara dito no Japão é Sindbad - Shindobaado e escrito "Sinbad" nos produtos oficiais).
-Qishan ou Quishan? - O correto aqui é Qishan mesmo (que apareceu mais vezes e foi corrigido no 2º volume).
E uma pequena falta de atenção ao não colocar a tradução de Rainbown Opal, comentário de Ali Babá no final do primeiro volume, que significa "opala arco-íris". A editora faz de tudo para trazer o mangá a um público maior, então é bom se atentar nesse detalhe, pois a maioria dos brasileiros não domina a língua inglesa.
Cassius Medauar e os fãs problemáticos
Aí só ia precisar aprender a tocar violino, né? Imagina só o Amon tocando violino, minha gente! |
Eu sei disso, sou uma. hehe
É óbvio que a maioria NÃO QUERIA PELO AMOR DE SANTA TETÊ PARA-CHOQUE PARA-LAMA que a obra de Shinobu Ohtaka viesse pela JBC (vai lá no post de Nura que indiquei e você vai sentir o cheirinho da treta). Acontece que, sendo bem sincera, a Panini não anda lá essas coisas.
Não sei o número de vendas ou dados que comprovem que a editora italiana está podendo botar banca, no entanto, é mais do que claro que Cassius Medauar faz um trabalho muito mais competente em marketing e de interação com o público, o que nos faz lembrar mais rapidamente da JBC do que de sua concorrente.
Bem, ao menos na minha opinião de consumidora e ativa nas redes sociais. Não tenho como bancar a blogueira sabichona desses assuntos, então me reservo à minha própria ignorância.
Agora vamos falar sobre um tio místico, o tio Cassius.
Minha forma de observar o trabalho da editora que trouxe Magi ao Brasil mudou na palestra, na verdade um bate-papo, com Cassius Medauar e Heitor Pitombo na Bienal do Livro de São Paulo no final do mês de agosto.
Quando perguntado sobre o que levavam em conta na hora de traduzir uma obra, Cassius desabafou um pouco sobre o recebimento dos fãs de Magi ao termos e anúncios:
-Magi não tem nada a ver com As Mil e Uma Noites: Eu vi isso no Twitter e revi comentado na palestra e tive vontade de dar um tapa (daqueles ardidos) na cara de quem disse essa aberração ao gerente de conteúdo da JBC.
1º- A PRÓPRIA AUTORA em extras (que estão no mangá brasileiro) conta que se inspirou na coleção de contos As Mil e Uma Noites para nomear seus personagens.
2º- Aladim e Simbad originalmente não pertenciam à primeira versão, eram antologias separadas, no entanto, foram inclusos com o passar do tempo (são lembrados justamente por conta da coleção).
3º- As Mil e Uma Noites não é uma obra FECHADA. Outras histórias foram sendo adicionadas por seus contadores e aqueles que traduziam e levavam a obra aos seus países.
-Como assim "o labirinto da magia"?: Pois é, gente, pode parecer horrível, mas eu preciso contar para vocês: The labyrinth of magic traduzido é O LABIRINTO DA MAGIA. Morram com essa notícia tenebrosa.
-Mas e o Aladdin da Disney?: Os americanos de um lado e os brasileiros do outro. Cassius disse que usaram os nomes traduzidos para o Brasil (e deixaram uma leve impressão de terem usado justamente os de Mamede Jarouche, que trouxe As Mil e Uma Noites traduzidas diretamente do árabe!!).
-Vamos curtir umas baladas em... SIMBÁRIA?: OPA! Opa! Aqui eu assumo a culpa (e pedi desculpas pessoalmente ao tio Cassius)!
Simbária, quando li pela primeira vez, doeu tanto que eu pensei ter lido errado. Não, o país do nosso rei dos sete djinns vai se chamar mesmo Simbária.
Como eu comentei mais acima, a JBC está querendo aumentar o público dos mangás, tirando-as do nicho otaquinho fantasy e curtidores de cultura japonesa. Portanto, eles traduzem e versionam o que podem.
Cassius explicou que lá na editora eles tentam trazer um mangá "versão brasileira
Ele ainda contou que sugeriu Simbalândia, o que seria terrível (escrevo isso, mas estou rindo feito uma idiota aqui do outro lado do computador).
Simbária segue o mesmo pensamento para a palavra Sindria, que seria "a terra de Simbad". Sindbad está para Sindria assim como Simbad está para Simbária. Sim, eu já tinha percebido isso quando me acalmei depois de ler pela 10ª vez o nome, contudo, bitching is bitching [leia: fã hardcore sendo retardada] em qualquer lugar.
E foi MUITO BACANA, bacana mesmo, o tio Cassius explicar que eles não estavam simplesmente trollando a gente ou sendo aleatórios, e sim pensando num modo de trazer as obras mais para perto do público geral. Faz diferença esse tipo de conversa! E uma das minhas maiores reclamações nesse período foi a falta do Henshin Online. Teria feito uma boa diferença na minha reação, ao menos.
Mais informações sobre as traduções de Magi e o ótimo bate-papo na Bienal do Livro estarão em breve na seção "Especiais" do Kimono Vermelho.
Considerações finais
A melhor parte de ser assinante: marcadores de página de Magi! Este veio com o volume #2. |
Além disso sugiro que você compre mais um volume e dê de presente para um amigo ou conhecido, visto que, acaba ajudando o mercado nacional de quadrinhos e viciando alguém nessa coisa maravilhosa.
Eu acho que a titia Ohtaka ficaria (ou já ficou) felizona ao ver o bom trabalho que a JBC está fazendo com sua obra. Espero que ela não seja cricri que nem a tia Naoko que fica empatando as coisas porque o amarelo do cabelo da Usagi ficou um nano tom mais escuro do que deveria.
Eu pedi demais (para Deos Matoba) para que Magi viesse ao Brasil, porque era um mangá que eu amava demais para não ter em mãos (num idioma que eu domino), então, apesar do anúncio vir da JBC, uma editora que eu tinha muitos pés atrás, rendeu lágrimas de alegria, muita festa e minha mãe perguntando "por que você está chorando?".
Foi muito bom conhecer o tio Cassius e ter a confirmação de que o mangá que adoro está sendo bem cuidado SIM por gente competente e QUE AMA MANGÁS assim como eu.
Então, lá vai a lista de agradecimentos à galera do nheco nheco místico: Cassius Medauar, Marcelo R. Rodrigues, Thiago N. da Silva, Renata Leitão, Karin Therumi Kimura, Pedro Catarino, Leonardo "Kitsune" Camargo, Denis C. Y. Takata, Douglas E. de Souza, Douglas Emanuel da Rocha, Eliana Aragão Francisco, Edward Kondo, Henrique Minatogawa e Erika Huang. Não custa repetir, então: VOCÊS SÃO FODA.
Ficou curioso para saber o quanto surtei quando soube que Magi estaria em solo tupiniquim?
Veja os posts:
-JBC anuncia "Magi: O Labirinto Mágico!"
-JBC anuncia: "Vai ter Magi em Julho! VAI TER MUITO MAGI!"
-JBC anuncia: "Kimono, espero que teu surto com Magi não tenha custado seu emprego!"
Sigam o Fluxo dos Rukhs de Salomão e não caiam em depravação!
Por Kimono Vermelho aquela que ama Magi incondicionalmente - 12/09/2014
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Quando a segunda temporada do anime de Magi acabou, eu comecei a ler o mangá. Ai quando a JBC anunciou o mangá por aqui, eu decidi esperar, e cara VALEU MUITO A PENA!!!!!!!!!
ResponderExcluirNão tem como você aproveitar a linda arte de Magi pela tela do computador, você PRECISA ter a versão física. Principalmente nas cenas mais sérias, quando a arte fica mais detalhada.
Ah! E tem também os extras. É ótimo poder ler mais sobre a autora E AQUELA TIRINHA NO FINAL DO 1º VOLUME É UMA DAS COISA MAIS FOFAS QUE EU JÁ LI NA VIDA!!!!!!!!!!!
Magi é um mangá que com certeza vale a pena ser colecionado, tanto pela história quanto pelo cuidado que a JBC teve, e assinando o mangá, cada volume sai por menos de R$ 12,00.
E aí, magno?
Excluirhuhuhu E olha que eu disse pra todo mundo correr pro mangá quando o anime acabou! XD Pois é, a JBC trouxe Magi bem antes do que eu achei que traria. Ainda bem que tiveram um ótimo timing.
Sim, tem emoção que eu acho que você só alcança com o material físico. ♥
Você vai pirar nos próximos extras dos volumes seguintes! A Ohtaka é bem criativa (pra não chamar de doida).
Eu acho a assinatura mais cômoda para quem não sai muito ou não passa perto de lojas especializadas, além do que, a gente recebe os marcadores de páginas que são lindos!
Obrigada pelo comentário!
Achei essa postagem depois de ler os nomes chineses na sinopse do volume 3 de magi no site da JBC.
ResponderExcluirConfesso que ao ler a sinopse fiquei tão confuso a ponto de me perguntar se era o mesmo manga que havia lido através de scanlators.
Me pergunto se essa adaptação que eles fazem realmente ajuda de alguma forma com a tal aproximação do publico mainstream que eles sempre falam, eu meio que duvido, uma vez que essa versão só faz as pessoas que gostam desse nicho pegarem raiva da editora, assim como peguei raiva deles e me senti na obrigação de cancelar a minha assinatura de Love Hina pra nunca mais comprar nada deles.
Sobre a Ootaka-sensei, ela tem mania de usar bastante leituras não comuns de alguns kanjis criando um tipo de trocadilho bem bacana. No caso do volume 3, Ren Hakuei virou Lian Bai-Ying, apesar dos kanjis do nome dela serem de origem chinesa, o que vale é a leitura do mesmo, como é usada no anime e alterar dessa forma, além de errado, acaba por ser algo sem sentido pois não foi essa a ideia da mangaka ao criar esse nome.
Resumindo, gostei por esse manga chegar aqui de forma oficial, mas não gostei do tratamento que estão dando pra ele, esperava algo típico da JBC, mas como eles estão fazendo é literalmente reescrever a história original.
Gostaria de poder colecionar a versão local, mas com essa tradução é impossível, pensei até em importar a versão da VIZ que ao menos não tem tradução duvidosa, mas o logo da capa é feio e como colecionador, provavelmente devo comprar a versão original que além de ser mais barata, possui melhor qualidade física e eu não vou me irritar ao tentar ler os termos todos errados.
Olá, Jacques!
ExcluirAntes de tudo, só um adendo: R$ 28,00 pelo primeiro volume de Magi na Livraria Fonomag. (E se for importar via site online, com toda a certeza não sai tão barato assim)
Pode não parecer, mas eu te entendo. E a minha treta com a JBC veio na época de Nurarihyon no Mago. Ainda assim, eu até entendo o que a editora quis fazer com os nomes em leitura chinesa. Bom, como fã de Magi você sabe que o Império Kou não é inspirado no Japão, e sim na China. Obviamente no Japão vão optar pela leitura japonesa, porque é o mais fácil para eles. Também queria ler "Hakuryuu", "Hakuei", mas a editora achou que seria interessante usar a "versão real" (inspirado na China, leitura chinesa).
Bom, só estou explicando o que me foi passado por Twitter (porque eu corri atrás para ver o que tinha acontecido). Não vou deixar de chamar o Bai-Long de Hakuryuu e a linda Bai-Ying de Hakuei (eu faço posts com comentários do mangá via scanlator), mas é fato, ambas as leituras para os kanjis são as corretas.
Se puder me meter, não compre a versão da VIZ, porque a capa é MUITO, MUITO FEIA. Recomendo a original. Não sabe japonês? Bem, nós dois sabemos a história que está rolando, então tem mesmo necessidade de entender o idioma em que ela está escrita? Além do que, como não amar um mangá japonês?
Obrigada pelo comentário!